segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Personalidade

Certo dia um amigo meu falou que uma forma de você definir a personalidade de uma pessoa é analisando as coisas na escrivaninha dela. Resolvi então fazer uma análise da minha, só pra ver se eu sou quem eu realmente acho que sou ou algo que o valha.
Como minha escrivaninha é a mesa do computador, vou começar pelo próprio computador: A característica mais notável dele é que ele é preto, ou seja, logo se vê que não sou racista. Ok, brincadeiras à parte, acho bem mais bonito computador preto do que beje/branco-amarelado.
No gabinete, no monitor e nas caias de som tem adesivos do Pikachu. Quem é mais chegado sabe que Pikachu é o nome do meu computador, e que ele ganhou esse nome pq costumava dar choque em quem o tocasse. Ultimamente ele anda apitando, talvez eu mude o nome dele...
Significado no final das contas: eu gosto de pokemon.
Agora o resto, ao lado esquerdo do monitor:

- Uma gaita de boca
O que quem vê imagina: O cara toca gaita de boca! Ê trem bão!
A realidade: Até tentei tocar, mas fiquei com preguiça de aprender sozinho.
O que significa no final das contas: Que eu gosto de música

- 2 Bonequinhos do Batman, 1 do Joker e 1 outro que não sei quem é pra ser
O que quem vê imagina: Cara é fã do Batman/Super Heróis
A realidade: Eu até gosto do Batman, mas gostava mais quando era moleque. Não sou la muito chegado em super-heróis. Eles tão ali pq ganhei de aniversário do Tharak no ano passado.
O que significa no final das contas: Que eu tenho amigos!

- 1 Bonequinho do Trunks
O que quem vê imagina: Otaku, fã de Dragon Ball, bixona.
A realidade: Foi um dos meus animes preferidos quando era moleque, e eu realmente gostava do Trunks. Eu comprei la nos EUA, na embalagem vieram junto bonecos do Cell e do Goku. O do cell dei pro Dexter e do Goku pro Mateus.
O que significa no final das contas: Mais um token de amizade.

- Vidrinho de amostra grátis de perfume
O que quem vê imagina: "Vai ver esqueceu ali"
A realidade: Esqueci ali
O que significa no final das contas: Que eu não sou lá muito organizado

- Carta de Elma-chips da Emma Frost
O que quem vê imagina: "É uma x-men? Nunca vi no filme.."
A realidade: Tá aí pra colocar copo em cima.
O que significa no final das contas: Que eu me importo com a minha escrivaninha

- Pedaços de papel com anotações de RPG
O que quem vê imagina: nerd
A realidade: Fico tendo idéias no trabalho e escrevo no bloco de notas
O que significa no final das contas: nerd

Agora, do lado direito:

- Duas palhetas
O que quem vê imagina: O cara toca violão
A realidade: Toco (mal) violão
O que significa no final das contas: Novamente, que eu gosto de música.

- Dois carrinhos do Speed Racer
O que quem vê imagina: Fã! Go speed racer, go!
A realidade: Nem curto na real, odiava o desenho, mas o filme é legalzinho até. Tão aí pq ganhei do Mateus.
O que significa no final das contas: Novamente, amizade.

- Marcador permanente azul
O que quem vê imagina: "Empresta pra eu colocar nome nuns DVDs?"
A realidade: Uso pra escrever em cds/dvds.
O que significa no final das contas: Que eu uso pra escrever em cds/dvs, oras, pra que mais usaria?

- Carta de Magic voltada pra baixo
O que quem vê imagina: nerd
A realidade: ta ali pra colocar copo em cima
O que significa no final das contas: nerd

- Xícara
O que quem vê imagina: "Será q algum dia ele lava essa xícara?"
A realidade: Lavo sim!
O que significa no final das contas: Que eu tomo MUITO café.

- Prendedor de Roupa
O que quem vê imagina: "MacGyver esteve aqui?"
A realidade: Devo ter esquecido ele aí
O que significa no final das contas: Novamente, que não sou muito organizado.

- 2 Post-it's
O que quem vê imagina: Que eu sou esquecido e preciso dessas coisas
A realidade: Eu normalmente lembro de tudo, menos de usar essas coisas..
O que significa no final das contas: Que alguém me deu isso e eu tentei usar, mas acabaram ficando ai

- Dinheiro
O que quem vê imagina: "Ta sobrando!"
A realidade: Dexei ai pra não esquecer de pagar alguém.
O que significa no final das contas: Quem eu deveria usar um post-it pra me lembrar disso ao invez de deixar o dinheiro ali.


Agora em cima do gabinete:

- Livro "O Inimigo de Deus" do Bernard Cornwell
O que quem vê imagina: Ateu!
A realidade: Livro é bom pacas! Bernard Cornwell é altos escritos!
O que significa no final das contas: Que eu gosto de ler!

- Livro "Deutsch: Warum nicht. Buch 2"
O que quem vê imagina: Nazista?
A realidade: Livrinho pra aprender alemão, de vez em quando brinco com ele
O que significa no final das contas: Acho alemão uma língua legal e pretendo aprender (direito) eventualmente

- Fone de Ouvido Skullcandy
O que quem vê imagina: Que bonitinho!
A realidade: É bonitinho mesmo, e bom pacas.
O que significa no final das contas: Esqueci ele ali, só uso mesmo em Capinzal.

- Carta de Magic com ilustração da Rebecca Guay
O que quem vê imagina: Nerd
A realidade: Sempre bom ter um marca página extra
O que significa no final das contas: Cartas de magic são bons marca paginas

- Embalagem de DVD virgem
O que quem vê imagina: "Taí o pq do marcador azul"
A realidade: Tem dentro um dvd q peguei emprestado da nale pra ver um filme que a Lígia me recomendou: "Gerry"
O que significa no final das contas: Que ainda não vi o filme

Embaixo da escrivaninha:

- Amplificador Fender
O que quem vê imagina: Toca guitarra!
A realidade: pff
O que significa no final das contas: Que o Dexter é gente fina e me emprestou o amp dele

- Joystick
O que quem vê imagina: Joguinhos!
A realidade: Joguinhos, mas não muito frequentemente
O que significa no final das contas: Que eu uso o computador como video-game.

É isso, chega.
Final das contas acho que isso funciona mesmo, só faltou uma pista de que eu faço computação.
Ah, tem um post-it no monitor dizendo
"- Estudar Org!
-Exercícios de Cálculo B"
Acho que serve.

That's all folks, ciao!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Questions Only

- Você ouviu?
- O quê?
- Será que tem alguma coisa do outro lado da porta?
- Que tipo de coisa?
- Uma pessoa?
- E por que diabos alguém estaria ali numa hora dessas?
- Não faz muito sentido, né?
- Não. Mas e se... não for uma pessoa?
- Co-como assim? O que você ta querendo dizer com isso?
- Você acredita em fantasmas?
- Fa-fantasmas?
- Acredita ou não?
- E eu la tenho cara de quem acredita nessas... ahm... coisas?
- Isso é um "não"?
- Preciso desenhar?
- Quer dizer então que se eu afirmar que o barulho é de um fantasma você não acredita?
- VOCÊ acredita?
- Você também não acreditaria se visse um com os seus próprios olhos?
- Quando é que você viu?
- No velório do nosso conhecido que trabalhava com seguros, lembra?
- O Mario?
- Não era Marcos?
- Ah, pouco importa, foi ele que você viu?
- Não, antes fosse, vi minha ex-mulher, acredita?
- Qual delas?
- A Kelly, lembra dela?
- Aquela que tinha um olhar de peixe morto?
- Nunca reparei, era tão evidente assim?
- Quando ela usava óculos mais parecia que estava dentro de um aquário. Mas enfim, você viu o fantasma dela então?
- Sim. Estranho, né?
- E o que ela queria?
- Você acha que eu fiquei la pra descobrir?
- Fugiu dela, é?
- Eu já não aguentava ela viva, você acha que eu ia aguentar o fantasma dela?
- Mas será que era mesmo o fantasma dela?
- Você não acredita em mim?
- Por acaso você tinha bebido nesse dia?
- Claro, faz parte do nosso pacto, esqueceu?
- Aquele que fizemos no segundo grau?
- E tem outro?
- "Juro encher a cara sempre que algum dos colegas aqui presente falecer, em memória solene de sua alma que permanecerá eternamente sóbria" Isso?
- Exato. A gente não prestava, né?
- E isso mudou?
- Nem um pouco! A propósito, o que acha de abrirmos essa porta de uma vez?
- Acho uma ótima idéia, não ouvi nenhuma movimentação, você ouviu?
- Nada. Pronto pra encher os bolsos?
- E precisa perguntar?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Decepção

Como diria o narrador do pateta: "Ah, a decepção..."
Quem é que nunca experimentou o seu gostinho amargo? Uns mais do que os outros, certamente; Outros MUITO mais do que uns, ou assim alegam.
O meu problema com esse negócio de decepção não é a decepção em si, mas a reação que as pessoas esboçam quando se deparam com ela.

É comum quando somos jovens "esperar demais" dos outros, esperar que eles não tenham defeitos ou que, pelo menos, não cometam erros quando se trata de algo que nos concerne. Daí um dos motivos porque os adolescentes vivem revoltados com Deus e o mundo. Principalmente com Deus, ou quer sinal de rebeldia maior do que se dizer ateu?

Eu arrisco a dizer que, não todo mundo que eu conheço, mas todas as pessoas que realmente importam pra mim já me decepcionaram de alguma maneira, desde algo ínfimo e quase imperceptível que vai embora tão rápido quanto veio até algo que vai durar a vida toda - ou até a memória começar a falhar. E imagino que seja mais ou menos assim com todo mundo, já que ninguém é perfeito, e quem não é perfeito tende a decepcionar os outros (modus ponens).

Bom, a maioria das pessoas não tem muitos problemas com isso depois que saem da adolescência, seja por se acostumar com as decepções ou simplesmente por não se importar. O problema está nas pessoas que fazem de cada decepção o fim do mundo; que, apesar de saberem que ninguém é perfeito, não aceitam ser vítimas de tal imperfeição alheia.

Só pra dar um exemplo, quantas vezes alguém já te falou que "só se fode" em relacionamentos? Eu canso de ouvir coisa desse tipo, e na maioria - veja bem, maioria - dos casos é a típica tempestade no copo d'água.
Poxa, se um relacionamento acabou, normalmente é porque deu merda, seja de um dos lados ou de ambos. Eu mesmo não consigo pensar em algum caso que eu conheça de relacionamento que terminou 100% "de boa". E daí isso acontece duas vezes com a pessoa (e na minha idade é difícil achar alguém que tenha tido mais do que dois relacionamentos sérios e relativamente duradouros) e ela coloca na cabeça que "só se fode".
Já sobre as pessoas que fazem tais dramas sobre pseudo-relacionamentos ou amores-de-carnaval nem vou entrar em detalhes, pois o despautério de tal atitude é demasiado exagerado.

O ponto que eu quero chegar é que tem gente que leva essas decepções tão a sério que passa a não confiar mais nas pessoas porque cansa de ser decepcionada; porque ninguém "presta". E me irrita o fato d'essas pessoas nunca se darem conta do problema, de que se TODO MUNDO decepciona elas então talvez, mas só talvez, o problema não esteja no resto do mundo, mas nelas mesmas.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Chuvas de Setembro

Eu sei que a gente ainda não ta em setembro, mas chove como se fosse, e esses dias achei esse texto, que escrevi em meados de 2007 (ta, foi em setembro de 2007, mas eu queria usar a palavra meados). E como hoje ta nesse vento com chuva e algumas histórias dessa época foram desenterradas, achei que seria perfeito pra postar ele, até porque gosto dele, apesar do final dele me parecer meloso demais agora.
Aqui vai.


"Malditas chuvas de setembro.
Não tenho nada contra chuva, não me entenda mal.
Mas, em Setembro, e eventualmente em outubro também, elas tem o costume de vir acompanhadas de um vento gélido e imprevisível, fazendo com que a chuva venha, efetivamente, de baixo.
E, quando digo "de baixo", quero dizer que ela vem de todos os lados, e não importa mais para onde eu aponte o velho guarda-chuva, molhar-se é uma certeza.
O guarda chuva acaba virando um brinquedo, quase uma pipa ou um aviãozinho, que exige muita destreza do usuário se este não quiser ver o seu fiel companheiro de pano e metal ser violentado pelo vento. O melhor mesmo seria guardá-lo, mas perder-se-ia então o melhor dos escudos contra os motoristas imprudentes, inconscientes ou de má índole, que passam velozmente pelas poças d'água, literalmente lavando calçadas, muros e tudo o mais que estiver em cima destes, o que normalmente inclui pessoas. No caso, hoje, incluiu a mim.
As pessoas tendem a ficar iradas, estressadas, revoltadas ou até mesmo chateadas com esse tipo de coisa. Não as culpo. Ninguém realmente gosta de ser molhado numa situação dessas.
Nem eu.

Na verdade, eu costumo ficar revoltado com esse tamanho desrespeito, responsável por eu chegar em casa com as calças e a jaqueta molhados. Em qualquer outro dia, eu teria me revoltado, mas não hoje.
Os carros passavam, eu sentia a água gelada respingar na minha roupa e atravessá-la lentamente, e não me importava. Até mesmo ria.
Porque quando se está feliz, nada mais importa.
Quando se ama, o mundo pode desabar, não importa.

Mas às vezes, quando você menos espera, a felicidade é arrancada de você. Quando tudo parece estar perfeito, os sonhos viram pesadelos, o paraíso se transforma no inferno, e você passa a sentir aquele frio da chuva, antes mascarado pela felicidade.
Então, foi tudo mentira? Aquela felicidade foi vã?
Acho que não.
Ou melhor, tenho certeza que não.
Se ela me manteve quente enquanto a água fria castigava o meu corpo;
Se ela me manteve sorrindo enquanto meus pés estavam molhados;
Se ela me levou, por algumas horas, a estar mais próximo do meu amor;
Então ela foi real.
Ser feliz não implica no motivo da felicidade ser concreto.
Enquanto houver amor para alimentar a esperança;
Enquanto houver esperança para alimentar a felicidade;
Nada poderá separar duas almas apaixonadas.
Elas ficarão juntas, para sempre, como o Vento e a Chuva de setembro."