Eu me agarro no que resta, talvez com força demais, mas acho que sou assim mesmo, sem noção de força, sempre usando mais ou menos do que o necessário, mas é um hábito difícil de se perder.
Ás vezes eu queria soltar e deixar de me preocupar, porque parece a coisa certa, mas quando está quase escapando, eu agarro de novo e puxo pra perto, porque não quero que fique longe.
As mãos tremem ao sentimento. Sim, AQUELE sentimento, o mais ancestral de todos.
Medo.
Mas não é preciso temer, não isto, dentre todas as coisas, ou melhor, dentre todos os sentimentos o mais seguro.
Estou convencido, agora, antes, ontem, 2 meses atrás; quase sempre.
Então por quê ele não vai embora? por quê ele sempre volta?
Não quero mais esse incômodo, quero pegar uma cruz e apontar na cara dele: VÁ DE RETRO SATANÁS! Nunca mais apareça aqui, obrigado.
As mãos tremem tanto que eu não conseguiria segurar uma cruz. Parece que engoli uma estaca de gelo que se demora a derreter no meu estômago e que minha cabeça é uma panela de pressão.
Eu encosto a testa na parede gelada, buscando equilibrio; nada.
Equilibrio subitamente parece uma palavra muito importante.
Falta equilibrio nas minhas palavras, é tudo um grande erro, elas não deveriam estar aqui, eu escrevi errado, eu pensei errado, eu agi errado.
Tudo porque não consigo NÃO agir, não tentar agir, não me agarrar em qualquer coisa que seja.
Me agarro num pedaço de pano e espero a estaca de gelo derreter e o vapor parar de sair da cabeça, espero pela única coisa que pode me ajudar. Espero não estar errado mais uma vez.
E enquanto a ajuda não vem, somos só nós dois, eu e um pé de meia velho.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
As Lembranças Que Não Me Cabem
Minha caixinha de lembranças sempre está cheia demais.
Vez ou outra eu abro ela e decido me livrar de algo, ou pelo menos tento.
Talvez isso estrague um pouco o significado das lembranças, pois acabo jogando fora coisas que agora não fazem mais sentido, mas que nem por isso deixam de ser lembranças válidas, já que um dia foram boas o suficiente para serem colodas ali.
Pobres lembranças, traídas.
Às vezes tenho pena delas, e acabo deixando elas ali, enquanto houver espaço.
Mas um dia chegam as lembranças mais novas - mais coloridas - e então a corda arrebenta do lado mais fraco.
Sempre penso se um dia vou me arrepender, como já me arrependi antes, mas isso acaba não pesando muito na decisão; o agora pesa muito mais.
Olho então para as "novas" lembranças e imagino o que será delas no futuro, se elas continuarão com a importância de hoje ou se vão virar poeira no vento. E por um lado isso me entristece, porque queria que a minha caixinha fosse enorme e pudesse guardar tudo que eu quisesse, pra que quando eu fosse bem velhinho e sozinho pudesse sentar na varanda da minha casa, tomando alguma coisa quente e passar a tarde revivendo tudo que a minha memória não conseguiu guardar.
Mas lá no fundo sei que ela é do tamanho que deve ser, porque se fosse maior eu ia acabar me apegando demais a ela, ou até mesmo viver dentro dela, e Deus sabe lá que males isso traria.
E ademais, quem sabe a vida das lembranças seja assim mesmo, ficar ali por um tempo e então ir dessa pra melhor, pro céu das lembranças, sei lá, onde elas podem ser eternamente relembradas.
Talvez elas fiquem por ali apenas tempo suficiente pra se alojarem na nossa mente, e então a gente não precisa mais delas, e pode arrumar espaço pras outras, porque elas estão guardadas pra sempre, em algum lugar seguro.
Minha caixinha de lembranças sempre está cheia demais.
Vez ou outra eu abro ela e decido me livrar de algo, ou pelo menos tento.
Talvez isso estrague um pouco o significado das lembranças, pois acabo jogando fora coisas que agora não fazem mais sentido, mas que nem por isso deixam de ser lembranças válidas, já que um dia foram boas o suficiente para serem colodas ali.
Pobres lembranças, traídas.
Às vezes tenho pena delas, e acabo deixando elas ali, enquanto houver espaço.
Mas um dia chegam as lembranças mais novas - mais coloridas - e então a corda arrebenta do lado mais fraco.
Sempre penso se um dia vou me arrepender, como já me arrependi antes, mas isso acaba não pesando muito na decisão; o agora pesa muito mais.
Olho então para as "novas" lembranças e imagino o que será delas no futuro, se elas continuarão com a importância de hoje ou se vão virar poeira no vento. E por um lado isso me entristece, porque queria que a minha caixinha fosse enorme e pudesse guardar tudo que eu quisesse, pra que quando eu fosse bem velhinho e sozinho pudesse sentar na varanda da minha casa, tomando alguma coisa quente e passar a tarde revivendo tudo que a minha memória não conseguiu guardar.
Mas lá no fundo sei que ela é do tamanho que deve ser, porque se fosse maior eu ia acabar me apegando demais a ela, ou até mesmo viver dentro dela, e Deus sabe lá que males isso traria.
E ademais, quem sabe a vida das lembranças seja assim mesmo, ficar ali por um tempo e então ir dessa pra melhor, pro céu das lembranças, sei lá, onde elas podem ser eternamente relembradas.
Talvez elas fiquem por ali apenas tempo suficiente pra se alojarem na nossa mente, e então a gente não precisa mais delas, e pode arrumar espaço pras outras, porque elas estão guardadas pra sempre, em algum lugar seguro.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
"Nada dura pra sempre, apenas o céu e a terra" já dizia a música. E, levando em conta uma abordagem mais científica, nem o céu e a terra duram.
Algumas coisas foram feitas pra não durar, e essas coisas são as melhores. Alguém já deve ter dito isso.
Algumas coisas são tão pequenas e indivisíveis que se tornam únicas de uma maneira especial e inesquecível, e é isso - acho que poucas pessoas percebem - que as torna especiais: elas acabam.
Mas no final das contas "acabar" é só uma palavra, talvez não exista uma palavra que possa definir o que acontece com as coisas. Não com todas as coisas, mas com essas que passam, de certa forma, a fazer parte de nós, não só como lembrança, mas como parte mesmo, por menor que seja, uma partícula indispensável do ser.
Então um dia você acorda e sabe que finalmente vai acontecer, embora seja difícil ou quase impossível conceber a idéia. É como uma criança pensar em como vai ser a sua vida em vinte anos, é muito difícil de se imaginar adulto quando se é criança, parece errado, parece que as coisas deveriam continuar assim pra sempre: ser pequeno, ir pra escola e se divertir com bolhas de sabão.
Mas se isso acontecesse ela deixaria de ser especial, não seria mais única.
O interessante sobre as coisas únicas é que normalmente você não sabe que elas são únicas, pelo menos não até um bom tempo depois d'elas terem começado ou terminado.
Você se vê parado no meio da multidão, ainda alheio a singularidade do momento, do sonho virando realidade; os únicos amigos na multidão sempre por perto, a única ancora com a realidade.
Então todas as luzes se apagam, o coração acelera, a multidão se exalta, é agora!
O suspense se prolonga por alguns instantes, até que finalmente rufam os tampores e as luzes se acendem: lá estão eles, tão perto.
Não da pra acreditar.
Por alguns momentos tudo fica mudo, exceto pela multidão e pelos tambores, mas então finalmente é possível ouvir aquela voz tão familiar e agora você tem certeza.
A multidão explode, pulando e cantando com a música, agora nada mais pode dar errado, agora é pra valer.
Você canta junto, e quando se da conta, tudo faz sentido.
O rosto pega fogo, o estômago congela.
Cada palavra faz sentido, e você canta com o coração, porque percebe que essa é a sua última oportunidade.
O melhor ainda está por vir.
Você se da conta da distância que sempre existiu e que agora é ínfima; nunca mais vai ser assim.
Agora você está sozinho na multidão, um só com a música, não existe mais nada.
Não olhe agora, o melhor ainda está por vir.
A visão embaça, a voz falha.
O refrão se repete infinitamente.
Pegue a minha mão, o melhor ainda está por vir.
Um furacão de sentimentos e emoções passa pela sua cabeça, você olha pro futuro e pensa nas pessoas que ama. A felicidade escorre pelo rosto.
E o melhor ainda está por vir.
Um momento de silêncio, a música acaba.
Algumas coisas foram feitas pra não durar, e essas coisas são as melhores. Alguém já deve ter dito isso.
Algumas coisas são tão pequenas e indivisíveis que se tornam únicas de uma maneira especial e inesquecível, e é isso - acho que poucas pessoas percebem - que as torna especiais: elas acabam.
Mas no final das contas "acabar" é só uma palavra, talvez não exista uma palavra que possa definir o que acontece com as coisas. Não com todas as coisas, mas com essas que passam, de certa forma, a fazer parte de nós, não só como lembrança, mas como parte mesmo, por menor que seja, uma partícula indispensável do ser.
Então um dia você acorda e sabe que finalmente vai acontecer, embora seja difícil ou quase impossível conceber a idéia. É como uma criança pensar em como vai ser a sua vida em vinte anos, é muito difícil de se imaginar adulto quando se é criança, parece errado, parece que as coisas deveriam continuar assim pra sempre: ser pequeno, ir pra escola e se divertir com bolhas de sabão.
Mas se isso acontecesse ela deixaria de ser especial, não seria mais única.
O interessante sobre as coisas únicas é que normalmente você não sabe que elas são únicas, pelo menos não até um bom tempo depois d'elas terem começado ou terminado.
Você se vê parado no meio da multidão, ainda alheio a singularidade do momento, do sonho virando realidade; os únicos amigos na multidão sempre por perto, a única ancora com a realidade.
Então todas as luzes se apagam, o coração acelera, a multidão se exalta, é agora!
O suspense se prolonga por alguns instantes, até que finalmente rufam os tampores e as luzes se acendem: lá estão eles, tão perto.
Não da pra acreditar.
Por alguns momentos tudo fica mudo, exceto pela multidão e pelos tambores, mas então finalmente é possível ouvir aquela voz tão familiar e agora você tem certeza.
A multidão explode, pulando e cantando com a música, agora nada mais pode dar errado, agora é pra valer.
Você canta junto, e quando se da conta, tudo faz sentido.
O rosto pega fogo, o estômago congela.
Cada palavra faz sentido, e você canta com o coração, porque percebe que essa é a sua última oportunidade.
O melhor ainda está por vir.
Você se da conta da distância que sempre existiu e que agora é ínfima; nunca mais vai ser assim.
Agora você está sozinho na multidão, um só com a música, não existe mais nada.
Não olhe agora, o melhor ainda está por vir.
A visão embaça, a voz falha.
O refrão se repete infinitamente.
Pegue a minha mão, o melhor ainda está por vir.
Um furacão de sentimentos e emoções passa pela sua cabeça, você olha pro futuro e pensa nas pessoas que ama. A felicidade escorre pelo rosto.
E o melhor ainda está por vir.
Um momento de silêncio, a música acaba.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
No mar, o tempo passa rápido.
Não sei bem ao certo o porque, e nem se isso faz sentido pra você, mas pra mim, é a mais pura realidade.
Não me canso de olhar as ondas, batendo contra o casco do barco o dia todo, seu humor variando dia após dia, as vezes ditado pelo sol, ás vezes pela lua, e muitas vezes, ditando o meu próprio humor. Quando estou triste, as ondas se erguem esbeltas, tentando chamar minha atenção, e batem delicadamente no barco, como que fazendo cócegas. E, se não consegue me fazer rir, as ondas ficam severas e balaçam o barco, até que eu me dê por vencido, ou até que elas se cansem.
Por vezes percebo as águas calmas demais e tento atiçá-las, atirando pedregulhos, normalmente funciona, mas ás vezes as ondas acabam ficando violentas e muito agitadas, e então nem uma capa de chuva vai impedir que eu acabe todo molhado.
Mas depois de um tempo você se acostuma e não se importa mais em se molhar, mesmo quando o mar está triste, jogando as ondas contra o barco e fazendo chover respingos por todo o convés como se fossem lágrimas salgadas e frias; já perdi as contas de quantas vezes me debruçei com a água escorrendo pela face, e chorei junto com ele.
Mas um dia, já há bastante tempo, percebi que o que mais me encanta não é beleza das águas - transparentes ao meio dia, misteriosas refletindo o céu noturno estrelado - mas sim a direção em que elas me levam, os caminhos que me fazem parcorrer, as mais inesquecíveis experiências que eu nunca teria vivido se tivesse permanecido em terra firme, coisas que eu nunca acreditei possíveis ou que nunca imaginei prováveis.
Há quem diga que no mar tudo parece igual, uma eternidade estagnada.
Estão errados. Pelo menos pra mim, estão errados.
Eles falham na concepção dessa idéia desde o princípio, pois a superfície do mar é mais mutável do que qualquer terra firme e muito mais excitante, mas é claro, muito mais desafiadora também.
E aí é que está a graça.
Se o mar fosse sempre calmo e sereno, daí sim seria entediante. Se as ondas fossem sempre iguais, eu não teria por elas me apaixonado.
Mas algumas vezes eu esqueço disso, por alguns instantes.
Sonho que estou em terra firme novamente, acordo confuso e devastado, me sinto perdido ao olhar para o horizonte sem fim e não saber onde irei pisar em seguida, me sinto inseguro, sozinho, tenho medo que o tempo passe, sinto pavor da morte e a insignificância da minha presença nesse mundo.
Mas então as ondas me acordam e me fazem lembrar que é tudo tolice, que essas coisas não importam, é tudo parte de um pesadelo; essas coisas não existem.
Então eu me acalmo, e as ondas também.
E nós continuamos pelo mar afora, enfrentando dias de sol, chuva e tempestade, escolhendo juntos o nosso caminho dentre as infinitas possibilidades do horizonte, alumas vezes sem medo, outras com medo, mas sempre juntos, como estivemos desde o dia em que as velas foram içadas e o barco deixou o porto, exatamente um ano atrás.
Não sei bem ao certo o porque, e nem se isso faz sentido pra você, mas pra mim, é a mais pura realidade.
Não me canso de olhar as ondas, batendo contra o casco do barco o dia todo, seu humor variando dia após dia, as vezes ditado pelo sol, ás vezes pela lua, e muitas vezes, ditando o meu próprio humor. Quando estou triste, as ondas se erguem esbeltas, tentando chamar minha atenção, e batem delicadamente no barco, como que fazendo cócegas. E, se não consegue me fazer rir, as ondas ficam severas e balaçam o barco, até que eu me dê por vencido, ou até que elas se cansem.
Por vezes percebo as águas calmas demais e tento atiçá-las, atirando pedregulhos, normalmente funciona, mas ás vezes as ondas acabam ficando violentas e muito agitadas, e então nem uma capa de chuva vai impedir que eu acabe todo molhado.
Mas depois de um tempo você se acostuma e não se importa mais em se molhar, mesmo quando o mar está triste, jogando as ondas contra o barco e fazendo chover respingos por todo o convés como se fossem lágrimas salgadas e frias; já perdi as contas de quantas vezes me debruçei com a água escorrendo pela face, e chorei junto com ele.
Mas um dia, já há bastante tempo, percebi que o que mais me encanta não é beleza das águas - transparentes ao meio dia, misteriosas refletindo o céu noturno estrelado - mas sim a direção em que elas me levam, os caminhos que me fazem parcorrer, as mais inesquecíveis experiências que eu nunca teria vivido se tivesse permanecido em terra firme, coisas que eu nunca acreditei possíveis ou que nunca imaginei prováveis.
Há quem diga que no mar tudo parece igual, uma eternidade estagnada.
Estão errados. Pelo menos pra mim, estão errados.
Eles falham na concepção dessa idéia desde o princípio, pois a superfície do mar é mais mutável do que qualquer terra firme e muito mais excitante, mas é claro, muito mais desafiadora também.
E aí é que está a graça.
Se o mar fosse sempre calmo e sereno, daí sim seria entediante. Se as ondas fossem sempre iguais, eu não teria por elas me apaixonado.
Mas algumas vezes eu esqueço disso, por alguns instantes.
Sonho que estou em terra firme novamente, acordo confuso e devastado, me sinto perdido ao olhar para o horizonte sem fim e não saber onde irei pisar em seguida, me sinto inseguro, sozinho, tenho medo que o tempo passe, sinto pavor da morte e a insignificância da minha presença nesse mundo.
Mas então as ondas me acordam e me fazem lembrar que é tudo tolice, que essas coisas não importam, é tudo parte de um pesadelo; essas coisas não existem.
Então eu me acalmo, e as ondas também.
E nós continuamos pelo mar afora, enfrentando dias de sol, chuva e tempestade, escolhendo juntos o nosso caminho dentre as infinitas possibilidades do horizonte, alumas vezes sem medo, outras com medo, mas sempre juntos, como estivemos desde o dia em que as velas foram içadas e o barco deixou o porto, exatamente um ano atrás.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O Último Dia
Aqui sempre faz frio; e as vantagens param por aí.
Não sei de onde surgiram os três quadros naquela parede, eu nunca tinha reparado neles e nem no quão feios eles são.
O primeiro é uma pessoa carranduca e amarela de proporções duvidosas.
O segundo é um borrão verde com dois riscos: um amarelo, outro laranja. Lixo abstrato.
O terceiro é todo colorido e cheio de desenhos que parecem ter sido feitos por uma criança: um peixe, uma lua, um pássaro e uma estrela de Davi, todos ao redor de uma mulher negra com cara de mãe de santo.
Minha presença é requerida: "Podes ficar aqui pra mim, querido? Vou ali fumar um cigarrinho".
Vai com a bênção do senhor, desde que seja longe de mim.
Observo mais de cem pessoas e não ouço voz alguma, só o barulho ritmado das teclas. Alguns digitam só com os dedos indicadores, outros parecem ter martelos no lugar das mãos; Alguns olham a tela a cada tecla para se certificarem de que digitaram a letra certa, outros olham o teclado para se não deixar os dedos se perderem em meio a tantas letras, números e atalhos.
A menina sentada aqui perto parece meio corcunda, sentada assim com as costas arqueadas. Ela se distrai fácil, seja lá o que estiver vendo no computador, não deve ser muito interessante.
O rosto dela lembra muito uma amiga minha. Não só os traços, mas também as expressões e, principalmente, o jeito que ela rola os olhos.
Faço café. É ruim, mas é o que tem. Forte, doce e com leite, pra disfarçar a má qualidade, quase funciona. Pelo menos não está frio, odeio quando desligam a cafeteira, daí alem de café ser ruim, fica frio e tenho que aquecer no microondas. Microondas esse que é o típico "ladra mas não morde", apita a cada dois segundos, mas esquentar que é bom, faz pouco, quando faz.
Ontem mesmo fiquei puto de vez come essa história de desligarem a cafeteira, peguei um papel e escrevi em letras garrafais "NÃO DESLIGAR A CAFETEIRA. PORRA!!" e coloquei do lado da cafeteira. Parece que a tia da limpeza ficou puta da cara; pau no cu dela, quem manda esfriar meu café, é ruim mas é meu.
Um boné ridículo, um cabelo ridículo; e mais alguns cabelos ridículos.
O gordo com fones de ouvido solta uma risada silenciosa e, pelo movimento das mãos, traduz ela para o meio virtual. Ele parece ser um cara legal.
Você ja parou pra pensar em quanta gente legal você deixa de conhecer? Aposto que, sei lá, na Bélgica, tem um monte de gente legal que eu nunca vou conhecer. Mas o mesmo vale pros "pau-no-cu", deve ter um monte de tia-da-limpeza-que-desliga-a-cafeteira pelo mundo afora.
Pelo menos agora tenho que aturar um imbecil a menos, e mesmo sendo só um faz bastante diferença, afinal esse imbecil era meu chefe. Justifiquei o meu desligamento da seguinte forma:
"Divergência de opinião com o coordenador no que concerne a emissão e propagação de ruídos no ambiente de trabalho, a competência e produtivodade das tarefas propostas e, por fim, na concepção de comportamento e relacionamento adequados e saudáveis no ambiente de trabalho."
Ele leu, parou;
Leu novamente, pensou;
Leu pela terceira vez, suspirou e assinou.
Agora eu trabalho num lugar onde o café é quentinho, fim da história.
Aqui sempre faz frio; e as vantagens param por aí.
Não sei de onde surgiram os três quadros naquela parede, eu nunca tinha reparado neles e nem no quão feios eles são.
O primeiro é uma pessoa carranduca e amarela de proporções duvidosas.
O segundo é um borrão verde com dois riscos: um amarelo, outro laranja. Lixo abstrato.
O terceiro é todo colorido e cheio de desenhos que parecem ter sido feitos por uma criança: um peixe, uma lua, um pássaro e uma estrela de Davi, todos ao redor de uma mulher negra com cara de mãe de santo.
Minha presença é requerida: "Podes ficar aqui pra mim, querido? Vou ali fumar um cigarrinho".
Vai com a bênção do senhor, desde que seja longe de mim.
Observo mais de cem pessoas e não ouço voz alguma, só o barulho ritmado das teclas. Alguns digitam só com os dedos indicadores, outros parecem ter martelos no lugar das mãos; Alguns olham a tela a cada tecla para se certificarem de que digitaram a letra certa, outros olham o teclado para se não deixar os dedos se perderem em meio a tantas letras, números e atalhos.
A menina sentada aqui perto parece meio corcunda, sentada assim com as costas arqueadas. Ela se distrai fácil, seja lá o que estiver vendo no computador, não deve ser muito interessante.
O rosto dela lembra muito uma amiga minha. Não só os traços, mas também as expressões e, principalmente, o jeito que ela rola os olhos.
Faço café. É ruim, mas é o que tem. Forte, doce e com leite, pra disfarçar a má qualidade, quase funciona. Pelo menos não está frio, odeio quando desligam a cafeteira, daí alem de café ser ruim, fica frio e tenho que aquecer no microondas. Microondas esse que é o típico "ladra mas não morde", apita a cada dois segundos, mas esquentar que é bom, faz pouco, quando faz.
Ontem mesmo fiquei puto de vez come essa história de desligarem a cafeteira, peguei um papel e escrevi em letras garrafais "NÃO DESLIGAR A CAFETEIRA. PORRA!!" e coloquei do lado da cafeteira. Parece que a tia da limpeza ficou puta da cara; pau no cu dela, quem manda esfriar meu café, é ruim mas é meu.
Um boné ridículo, um cabelo ridículo; e mais alguns cabelos ridículos.
O gordo com fones de ouvido solta uma risada silenciosa e, pelo movimento das mãos, traduz ela para o meio virtual. Ele parece ser um cara legal.
Você ja parou pra pensar em quanta gente legal você deixa de conhecer? Aposto que, sei lá, na Bélgica, tem um monte de gente legal que eu nunca vou conhecer. Mas o mesmo vale pros "pau-no-cu", deve ter um monte de tia-da-limpeza-que-desliga-a-cafeteira pelo mundo afora.
Pelo menos agora tenho que aturar um imbecil a menos, e mesmo sendo só um faz bastante diferença, afinal esse imbecil era meu chefe. Justifiquei o meu desligamento da seguinte forma:
"Divergência de opinião com o coordenador no que concerne a emissão e propagação de ruídos no ambiente de trabalho, a competência e produtivodade das tarefas propostas e, por fim, na concepção de comportamento e relacionamento adequados e saudáveis no ambiente de trabalho."
Ele leu, parou;
Leu novamente, pensou;
Leu pela terceira vez, suspirou e assinou.
Agora eu trabalho num lugar onde o café é quentinho, fim da história.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Outonos que vem e vão
Durmo ao som do vento frio castigando a janela.
Um par de meias aquece meus pés; um corpo quente aquece o meu.
Viajo por sonhos longos e sem muito valor, dos quais recordo apenas breves instantes.
Acordo incontáveis vezes com a mesma música e finalmente levanto. Coloco a cabeça pra fora da janela e sinto o vento arrepiar meu corpo todo; é automática a vontade de escrever algo. Não sei se é psicológico ou se o frio e o cinza do céu deixam um clima mais propício para tal; e mais triste também, já dizia a música: "a primavera traz a chuva, com o inverno vem a dor"
Escrevo histórias e guardo até que venha o próximo outono, pra só então deixar elas saírem do casulo, e as vezes penso de novo e acho que não deveriam ter saído.
Deixo de escrever histórias pra escrever algarismos, não por opção.
Escrevo hexadecimais, binários, decimais, uso letras pra fazer contas, todas feias; sinto saudade das palavras de verdade e do tempo em que a matemática se limitava a números.
Não gosto desse tipo de texto introspectivo e subjetivo, é pessoal demais, chato demais. Mas eu escrevo mesmo assim, porque preciso escrever e porque me da desgosto ter um blog e não usar;
me da desgosto ter uma guitarra e não tocar;
me da desgosto ter uma parede branca vazia;
me da desgosto, também, usar esse recurso de repetição, que faz o texto parecer descrição de foto de fotolog.
Eu corro e paro ofegante, o ar frio enche os meus pulmões; que saudade dessa sensação.
A noite tomou o lugar do dia e o vento não para, encontra o meu suor e me arrepia de novo.
Com frio, sedento e cansado.
Cansei de deixar de escrever, de prometer pra mim mesmo que ia escrever e de ter medo de terminar as histórias. Não vou mais usar falta de inspiração como desculpa.
De uns tempos pra ca resolvi fazer essas coisas que eu nunca fiz e falar o que eu nunca falei, seja por ter medo de estar errado ou por não querer entrar em desacordo com os outros, e descobri que isso faz bem.
É como aquela velha história do "esse semestre/ano eu vou estudar mais", nunca acreditei que eu fosse fazer isso; e agora, estou fazendo, então o resto é ficha.
Resumindo, decidi honrar a minha palavra para comigo mesmo.
A luz verde ilumina a minha parede e o vento, agora mais brando, balança a minha cortina.
O gosto do chocolate permanece na minha boca e eu escrevo. Pela primeira vez em muito tempo não me importo de fazer bonito. Sempre me importei demais com as coisas, demorei muito pra perceber isso, e mais ainda pra decidir mudar.
A música de fundo é nostálgica, uma dessas que eu ouvia quando tinha 16 anos e que não fazem mais sentido, a não ser pra lembrar do passado. Ironicamente ela se chama "Turn the page", me dei conta agora.
Esseé um dos piores textos que eu já escrevi aqui, mas provavelmente o segundo mais sincero.
Durmo ao som do vento frio castigando a janela.
Um par de meias aquece meus pés; um corpo quente aquece o meu.
Viajo por sonhos longos e sem muito valor, dos quais recordo apenas breves instantes.
Acordo incontáveis vezes com a mesma música e finalmente levanto. Coloco a cabeça pra fora da janela e sinto o vento arrepiar meu corpo todo; é automática a vontade de escrever algo. Não sei se é psicológico ou se o frio e o cinza do céu deixam um clima mais propício para tal; e mais triste também, já dizia a música: "a primavera traz a chuva, com o inverno vem a dor"
Escrevo histórias e guardo até que venha o próximo outono, pra só então deixar elas saírem do casulo, e as vezes penso de novo e acho que não deveriam ter saído.
Deixo de escrever histórias pra escrever algarismos, não por opção.
Escrevo hexadecimais, binários, decimais, uso letras pra fazer contas, todas feias; sinto saudade das palavras de verdade e do tempo em que a matemática se limitava a números.
Não gosto desse tipo de texto introspectivo e subjetivo, é pessoal demais, chato demais. Mas eu escrevo mesmo assim, porque preciso escrever e porque me da desgosto ter um blog e não usar;
me da desgosto ter uma guitarra e não tocar;
me da desgosto ter uma parede branca vazia;
me da desgosto, também, usar esse recurso de repetição, que faz o texto parecer descrição de foto de fotolog.
Eu corro e paro ofegante, o ar frio enche os meus pulmões; que saudade dessa sensação.
A noite tomou o lugar do dia e o vento não para, encontra o meu suor e me arrepia de novo.
Com frio, sedento e cansado.
Cansei de deixar de escrever, de prometer pra mim mesmo que ia escrever e de ter medo de terminar as histórias. Não vou mais usar falta de inspiração como desculpa.
De uns tempos pra ca resolvi fazer essas coisas que eu nunca fiz e falar o que eu nunca falei, seja por ter medo de estar errado ou por não querer entrar em desacordo com os outros, e descobri que isso faz bem.
É como aquela velha história do "esse semestre/ano eu vou estudar mais", nunca acreditei que eu fosse fazer isso; e agora, estou fazendo, então o resto é ficha.
Resumindo, decidi honrar a minha palavra para comigo mesmo.
A luz verde ilumina a minha parede e o vento, agora mais brando, balança a minha cortina.
O gosto do chocolate permanece na minha boca e eu escrevo. Pela primeira vez em muito tempo não me importo de fazer bonito. Sempre me importei demais com as coisas, demorei muito pra perceber isso, e mais ainda pra decidir mudar.
A música de fundo é nostálgica, uma dessas que eu ouvia quando tinha 16 anos e que não fazem mais sentido, a não ser pra lembrar do passado. Ironicamente ela se chama "Turn the page", me dei conta agora.
Esseé um dos piores textos que eu já escrevi aqui, mas provavelmente o segundo mais sincero.
sexta-feira, 26 de março de 2010
4000 Rainy Nights
It's 10 past 6 in the morning and the rain is already coming down hard, just like it was yesterday, the day before yesterday and the 2956 days before it. Seems like it has been always like this, and I do believe, now, that it is gonna be like this forever.
Some folks say this is some sort of punishment and that once the earth is wiped clean of all sin and evil, God will bring the sun back. "Happened once before with Noah and will happen every time it needs to" they say, to what I respond "Bullshit". These people are just trying to fool themselves, searching for confort, something to hold on and give them hope so they won't lose their minds; And, of course, this is a perfect job for God.
On the other hand, I was not able to come up with a better explanation so far. And neither did the scientists. A couple of years ago they offered a one million dollar reward for someone who would explain, with concrete proof, what's going on. Many have tried, and when I say many I mean that almost EVERY scientist in the face of the earth has tried to explain this unstopable rain, with no degree of success whatsoever. Most of them gave up trying, as most people also got tired of waiting for the sun to return and are now just trying to survive.
The world population was reduced by 2/3, the greater share of it due to the "World War III", also known as "Water War". Well, they always said the cause of the third world war would be the water, I guess they were not that wrong, except that it was due to excess of water, not the lack of it.
I'm gonna say no more about the war, doesn't really matter who won and if it was fair, the only thing that matters is that it was horrible, as any other war, and that now the people who survived realised they have to help each other for the sake of hope and the future that awaits for us and for our children. I'm not saying hope alone will save us, because it cannot move mountains or vaporize water, and neither can faith. But we need it, specially for the people who are gonna save us, the ones bright enought to find a solution before everywhere is flooded and we have nowhere else to go.
And, as I wasn't blessed with a bright mind, this is the best I can do.
I can still remember the last day the sun showed up, I have kept it vivid in my mind all this time, using it to warm up my soul once in a while. In fact, it has come recently to my knowledge that a lot of people treasure the memory of their last sunny day and use it not only to warm themselves, but to share this feeling and give other people hope. This gave me the idea of writing down my "last sunshine memory", put it into bottles and throw them away, so I can share it with people that live oceans away, and maybe when they find it they'll read it to their people, add memories of themselves, and throw it away again for other people to find it and so on.
So here it is, my last memory of a sunny day...
It's 10 past 6 in the morning and the rain is already coming down hard, just like it was yesterday, the day before yesterday and the 2956 days before it. Seems like it has been always like this, and I do believe, now, that it is gonna be like this forever.
Some folks say this is some sort of punishment and that once the earth is wiped clean of all sin and evil, God will bring the sun back. "Happened once before with Noah and will happen every time it needs to" they say, to what I respond "Bullshit". These people are just trying to fool themselves, searching for confort, something to hold on and give them hope so they won't lose their minds; And, of course, this is a perfect job for God.
On the other hand, I was not able to come up with a better explanation so far. And neither did the scientists. A couple of years ago they offered a one million dollar reward for someone who would explain, with concrete proof, what's going on. Many have tried, and when I say many I mean that almost EVERY scientist in the face of the earth has tried to explain this unstopable rain, with no degree of success whatsoever. Most of them gave up trying, as most people also got tired of waiting for the sun to return and are now just trying to survive.
The world population was reduced by 2/3, the greater share of it due to the "World War III", also known as "Water War". Well, they always said the cause of the third world war would be the water, I guess they were not that wrong, except that it was due to excess of water, not the lack of it.
I'm gonna say no more about the war, doesn't really matter who won and if it was fair, the only thing that matters is that it was horrible, as any other war, and that now the people who survived realised they have to help each other for the sake of hope and the future that awaits for us and for our children. I'm not saying hope alone will save us, because it cannot move mountains or vaporize water, and neither can faith. But we need it, specially for the people who are gonna save us, the ones bright enought to find a solution before everywhere is flooded and we have nowhere else to go.
And, as I wasn't blessed with a bright mind, this is the best I can do.
I can still remember the last day the sun showed up, I have kept it vivid in my mind all this time, using it to warm up my soul once in a while. In fact, it has come recently to my knowledge that a lot of people treasure the memory of their last sunny day and use it not only to warm themselves, but to share this feeling and give other people hope. This gave me the idea of writing down my "last sunshine memory", put it into bottles and throw them away, so I can share it with people that live oceans away, and maybe when they find it they'll read it to their people, add memories of themselves, and throw it away again for other people to find it and so on.
So here it is, my last memory of a sunny day...
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
"Era uma vez o sol, então eu o matei."
Queria escrever algo sobre o sol, e isso foi o melhor que consegui: um texto direto, sucinto e que não deixa margem de erro ao expressar meus sentimentos. Talvez tenha ficado somplório demais, fico com a impressão de que ele carece de uma introdução à altura do astro celeste. Vou tentar novamente:
"Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, havia o sol. Então, eu o matei."
Matar o sol... hum, talvez seja pouco pra ele. Sabe quando acontece nos filmes dos caras não matem os inimigos porque a morte é "boa demais"? Seguindo esse raciocínio, o Sol merece algo mais, já que eventualmente ele vai morrer de qualquer jeito. Mas o que? Não é tão fácil assim castigar o Sol. Eu acho legal blasfemar que as coisas "queimem nas chamas do inferno", mas pro Sol isso seria a mesma coisa que falar "pau no seu cu!" pra um viado. Talvez seja melhor atacar na moral:
"Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, havia o sol. Então, eu o joguei na parede, chamei-o de lagartixa e urinei naquilo que ele chama de fogo."
Pronto, agora sim. Ou tá com muita cara de violência gratúita?
Acho melhor justificar um pouco esse ódio todo:
"Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, havia o sol, e ele era quente, MUITO quente. Então, eu o joguei na parede, chamei-o de lagartixa e urinei naquilo que ele chama de fogo."
Melhor assim, agora só dar uns toques finais. Podia fazer ela no estilo daquelas histórias vitorianas em que tem um resumo do capítulo no começo, algo do tipo:
-Capítulo I-
"Aquele em que o jovem Robson se farta do calor excessivo naquela Ilha de merda e vê apenas duas saídas para o seu problema: ir embora para um lugar frio ou engajar num combate de proporções galácticas com sua estrela arquiinimiga."
Tá, chega, cansei de escrever, não tenho talento mesmo, e já perdi a vontade, assim como perco a vontade de fazer qualquer coisa com esse calor infernal.
Aliás, boas novas, parece que o céu está caindo la fora. O sol se foi, por hora, e tomara que não volte por um bom tempo.
Queria escrever algo sobre o sol, e isso foi o melhor que consegui: um texto direto, sucinto e que não deixa margem de erro ao expressar meus sentimentos. Talvez tenha ficado somplório demais, fico com a impressão de que ele carece de uma introdução à altura do astro celeste. Vou tentar novamente:
"Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, havia o sol. Então, eu o matei."
Matar o sol... hum, talvez seja pouco pra ele. Sabe quando acontece nos filmes dos caras não matem os inimigos porque a morte é "boa demais"? Seguindo esse raciocínio, o Sol merece algo mais, já que eventualmente ele vai morrer de qualquer jeito. Mas o que? Não é tão fácil assim castigar o Sol. Eu acho legal blasfemar que as coisas "queimem nas chamas do inferno", mas pro Sol isso seria a mesma coisa que falar "pau no seu cu!" pra um viado. Talvez seja melhor atacar na moral:
"Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, havia o sol. Então, eu o joguei na parede, chamei-o de lagartixa e urinei naquilo que ele chama de fogo."
Pronto, agora sim. Ou tá com muita cara de violência gratúita?
Acho melhor justificar um pouco esse ódio todo:
"Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, havia o sol, e ele era quente, MUITO quente. Então, eu o joguei na parede, chamei-o de lagartixa e urinei naquilo que ele chama de fogo."
Melhor assim, agora só dar uns toques finais. Podia fazer ela no estilo daquelas histórias vitorianas em que tem um resumo do capítulo no começo, algo do tipo:
-Capítulo I-
"Aquele em que o jovem Robson se farta do calor excessivo naquela Ilha de merda e vê apenas duas saídas para o seu problema: ir embora para um lugar frio ou engajar num combate de proporções galácticas com sua estrela arquiinimiga."
Tá, chega, cansei de escrever, não tenho talento mesmo, e já perdi a vontade, assim como perco a vontade de fazer qualquer coisa com esse calor infernal.
Aliás, boas novas, parece que o céu está caindo la fora. O sol se foi, por hora, e tomara que não volte por um bom tempo.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Efeito Borboleta
Ainda lembro, como se fosse ontem, daquela tarde em que ouvi pela primeira vez palavras a seu respeito. Estávamos no meio do inverno, mas a tarde era quente, como quase todas as tardes nessa ilha. Era uma daquelas sextas-feiras pelas quais tanto ansiávamos, quando tínhamos como amantes apenas a bola, a tabela e a quadra, numa busca contínua pela intimidade que então nos era praticamente desconhecida.
Eu paro, balanço o cabelo da frente dos olhos; Seguro a bola com firmeza, como ensinou Maravich; Miro a tabela por alguns instantes e salto, mandando a bola ao seu encontro.
Sem sucesso.
Caminho em direção a bola e sou alvo de uma rajada de palavras:
"... amigas... conhecer... sair...?".
Encaro o dono das palavras, buscando uma justificativa para as tais.
"... Capinzal... histórias... conhecer."
Chego até a bola.
Me soavam estranhas tais palavras, meio que deslocadas, talvez. Mas não se parecem assim
todas as palavras quando se ouve alguém que nunca proferiu-as fazê-lo? Por dois segundos, talvez menos, ponderei a atual situação e respondi: "Vamos."
Voltei minha atenção para minhas amantes recentes ao passo que palavras como "festa" e "hoje" cruzavam o ar, dividindo o espaço com as bolas errantes, sem saber que se passariam semanas - nas quais essa história permaneceria esquecida - até que eu a visse pela primeira vez;
Sem saber que acabare de presenciar o bater de asas de uma borboleta que viria a desencadear um turbilhão de acontecimentos e sentimentos que me fariam, cinco meses mais tarde, desistir de tentar pegar no sono e escrever - à luz débil e azul do celular - sobre este dia longínquo que poderia muito bem ter sido ontem e que acabou se tornando o prefácio de uma história ainda não terminada e, acima de tudo, sobre ela.
=0
Ainda lembro, como se fosse ontem, daquela tarde em que ouvi pela primeira vez palavras a seu respeito. Estávamos no meio do inverno, mas a tarde era quente, como quase todas as tardes nessa ilha. Era uma daquelas sextas-feiras pelas quais tanto ansiávamos, quando tínhamos como amantes apenas a bola, a tabela e a quadra, numa busca contínua pela intimidade que então nos era praticamente desconhecida.
Eu paro, balanço o cabelo da frente dos olhos; Seguro a bola com firmeza, como ensinou Maravich; Miro a tabela por alguns instantes e salto, mandando a bola ao seu encontro.
Sem sucesso.
Caminho em direção a bola e sou alvo de uma rajada de palavras:
"... amigas... conhecer... sair...?".
Encaro o dono das palavras, buscando uma justificativa para as tais.
"... Capinzal... histórias... conhecer."
Chego até a bola.
Me soavam estranhas tais palavras, meio que deslocadas, talvez. Mas não se parecem assim
todas as palavras quando se ouve alguém que nunca proferiu-as fazê-lo? Por dois segundos, talvez menos, ponderei a atual situação e respondi: "Vamos."
Voltei minha atenção para minhas amantes recentes ao passo que palavras como "festa" e "hoje" cruzavam o ar, dividindo o espaço com as bolas errantes, sem saber que se passariam semanas - nas quais essa história permaneceria esquecida - até que eu a visse pela primeira vez;
Sem saber que acabare de presenciar o bater de asas de uma borboleta que viria a desencadear um turbilhão de acontecimentos e sentimentos que me fariam, cinco meses mais tarde, desistir de tentar pegar no sono e escrever - à luz débil e azul do celular - sobre este dia longínquo que poderia muito bem ter sido ontem e que acabou se tornando o prefácio de uma história ainda não terminada e, acima de tudo, sobre ela.
=0
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Sonho I - Tudo começa em Pizza
Arthur me liga chamando pra ir na pizzaria, aceito o convite e saio para encontrá-lo.
No caminho ligo para o João e acho o Talico na rua, vamos então os três até o ponto de encontro, que é um restaurante chique com portas e paredes de vidro.
Não é a pizzaria, é só um restaurante onde o Arthur está. Depois de alguns instantes procurando conseguimos avistar o Arthur la dentro, jantando com alguém - não foi muito fácil porque apesar das portas e paredes serem de vidro a iluminação do lugar é bem fraca, talvez apenas luz de velas, e avermelhada, sem falar que o lugar estava lotado.
Acho meio estranho o fato do Arthur estar num restaurante antes de ir na pizzaria, mas penso que talvez ele esteja apenas tomando uma taça de vinho com alguém ou algo que o valha.
Logo ele nota nossa presença la fora e vem avisar que está quase acabando e que se juntará a nós dentro em pouco.
Talico começa a ficar impaciente porque ta morrendo de fome e pega o celular
do joão pra ligar pro Arthur. Eu falo algo do tipo "para, deixa ele comer sossegado, depois a gente vai" mas o talico me ignora e liga mesmo assim.
Olho pro lado e vejo que tem fogos de artifício roxos ao longe.
Arthur se levanta da mesa e vem ao nosso encontro, de longe ja vejo que ele ta meio irritado. Ele sai e eu falo "cara, pode voltar la e comer, de boa, a gente espera" ele responde algo do tipo "agora ja era, vamo pra pizzaria"
Então eu olho pro horizonte e percebo que o que até então eu achava que eram fogos de artifício é na verdade a aurora boreal! Eu sinalizo pros meus amigos, todo empolgado porque nunca tinha visto isso ao vivo, mas eles nem ligam. O único que se manifesta é o arthur com um "ah, massa".
Saímos dali e começamos a subir um prédio, andar por andar. Todo andar tem umas mulheres fazendo algum tipo de propaganda, como se quisessem que a gente "escolhesse" aquele andar. Acabamos indo até o último, que vem a ser uma espécie de casinha de madeira velha, bem em cima do prédio.
Entro la (estou sozinho agora) e tem uma guria de uns 17 anos sentada no sofá. Ao que parece está subentendido que a gente vai usar a casa delas pra fazer uma festa ou algo que o valha; também mora ali a mãe (ou vó) da menina. A menina comenta, revoltada "Ah, ontem saí querendo fazer um sexo, mas nem consegui nada" e eu penso "4 palavras.. MEU DEUS QUE PUTA!", ainda assim falo pra ela "Vou te passar meu telefone então, daí da próxima vez tu me liga e te arranjo um amigo!". Ela ri e diz "beleza!".
Chegam então o João e o Mateus, o joão carregando um monte de carne e bebida, e o mateus com 4 lasanhas ENORMES, mal conseguindo andar. Colocamos tudo no freezer e vamos sentar no sofá. Ficamos la conversando e de repente chega a irmã do Mateus com uma amiga,
parecem bêbadas as duas, ficam rindo de qualquer coisa que a gente fale.
Corta a cena (não sei se eu esqueci um pedaço do sonho ou se acabou por ai essa parte) e estamos andando numa estrada de chão. Passa um carro antigo e eu tiro uma foto dele com a estrada meio deserta. Decido seguir até o final da estrada, na esperança de tirar outras fotos legais, não sei onde foi parar todo mundo.
No final da estrada tem um penhasco que da num vale enorme e muito bonito, cheio de vegetação exótica, plantas coloridas e formações rochosas fisicamente inviáveis.
Começo a tirar várias fotos, todo feliz, e então percebo algo mais impressionante: um canto do vale é coberto, formando uma espécie de gruta gigante (na falta do vocabulário correto referente à forma de relevo em questão). E nessa caverna se estende o castelo que tem do meu lado. Sim,
tinha um castelo do meu lado, e eu nem tinha notado!!
Ele se estende pelas paredes e teto da gruta, muito impressionante, tento tirar uma foto pegando todo o castelo mas não consigo de jeito nenhum!
Quando me dou conta, estou dentro do castelo! Penso "como diabos vim parar aqui?" Não encontro explicação racional e decido dar uma explorada. Escuto um barulho tipo "tec", o chão começa a tremer e as portas começam a se fechar. Eu corro mas não consigo chegar a tempo!
Penso "preciso quebrar essa porta, não deve ser difícil, parece meio frágil"
Então eu puxo minha metralhadora! O.o
É uma daquelas que os alemão usavam na segunda guerra, o talico deve saber o nome.
Miro na parte da fechadura (que não faz sentido ja que a porta não tem fechadura) e puxo o gatilho. Mas, ao invés de sair um tiro, sai um pedaço pontudo de metal tipo uma talhadeira, que fica indo pra dentro e pra fora do cano da arma. Eu fico com uma cara de "WTF?!", então percebo que a parede é mais frágil de um dos lados da sala e vou correndo na direção dela, me jogo e
consigo sair, quebrando a parede.
Me dou conta então que quero entrar de novo pra explorar o resto do castelo, vejo que tem uma fila e um cara coordenando a fila, ele me diz que pra entrar de novo preciso entrar na fila. Eu desisto porque não to afim de ficar numa fila esperando (afinal isso é um sonho, tenho mais coisa pra fazer).
De repente me dou conta que eu não sou eu, mas sim um mago amigo meu (eu já desconfiava disso no castelo, mas ainda estava meio confuso), como se eu estivesse dando um passeio no corpo dele. E o nosso inimigo está atrás de mim (do mago, no caso), não sei exatamente quem é esse nosso inimigo, só que ele é poderoso e tenho medo dele.
Então ele aparece e tenta me matar, eu começo a me teletransportar pra todo lado, mas ele sempre antecipa meu movimento (rola um efeito legal de fumaçinha preta na hora do meu teleporte, tipo do noturno do x-men). Eu assisto toda essa cena em terceira pessoa, sabendo que o mago não vai conseguir fugir por muito tempo.
De repente estou dentro do mago de novo, consigo ver chão distante e sentir o vendo passando. Sinto uma presença atrás de mim e me dou conta que é meu inimigo. Nem tento esboçar uma reação, sei que já é tarde demais, que a batalha foi perdida, mas nem me sinto muito mal por isso, eu sabia que era inevitável. Começo a cair em direção ao chão, minha visão vai escurecendo e eu acordo!
Arthur me liga chamando pra ir na pizzaria, aceito o convite e saio para encontrá-lo.
No caminho ligo para o João e acho o Talico na rua, vamos então os três até o ponto de encontro, que é um restaurante chique com portas e paredes de vidro.
Não é a pizzaria, é só um restaurante onde o Arthur está. Depois de alguns instantes procurando conseguimos avistar o Arthur la dentro, jantando com alguém - não foi muito fácil porque apesar das portas e paredes serem de vidro a iluminação do lugar é bem fraca, talvez apenas luz de velas, e avermelhada, sem falar que o lugar estava lotado.
Acho meio estranho o fato do Arthur estar num restaurante antes de ir na pizzaria, mas penso que talvez ele esteja apenas tomando uma taça de vinho com alguém ou algo que o valha.
Logo ele nota nossa presença la fora e vem avisar que está quase acabando e que se juntará a nós dentro em pouco.
Talico começa a ficar impaciente porque ta morrendo de fome e pega o celular
do joão pra ligar pro Arthur. Eu falo algo do tipo "para, deixa ele comer sossegado, depois a gente vai" mas o talico me ignora e liga mesmo assim.
Olho pro lado e vejo que tem fogos de artifício roxos ao longe.
Arthur se levanta da mesa e vem ao nosso encontro, de longe ja vejo que ele ta meio irritado. Ele sai e eu falo "cara, pode voltar la e comer, de boa, a gente espera" ele responde algo do tipo "agora ja era, vamo pra pizzaria"
Então eu olho pro horizonte e percebo que o que até então eu achava que eram fogos de artifício é na verdade a aurora boreal! Eu sinalizo pros meus amigos, todo empolgado porque nunca tinha visto isso ao vivo, mas eles nem ligam. O único que se manifesta é o arthur com um "ah, massa".
Saímos dali e começamos a subir um prédio, andar por andar. Todo andar tem umas mulheres fazendo algum tipo de propaganda, como se quisessem que a gente "escolhesse" aquele andar. Acabamos indo até o último, que vem a ser uma espécie de casinha de madeira velha, bem em cima do prédio.
Entro la (estou sozinho agora) e tem uma guria de uns 17 anos sentada no sofá. Ao que parece está subentendido que a gente vai usar a casa delas pra fazer uma festa ou algo que o valha; também mora ali a mãe (ou vó) da menina. A menina comenta, revoltada "Ah, ontem saí querendo fazer um sexo, mas nem consegui nada" e eu penso "4 palavras.. MEU DEUS QUE PUTA!", ainda assim falo pra ela "Vou te passar meu telefone então, daí da próxima vez tu me liga e te arranjo um amigo!". Ela ri e diz "beleza!".
Chegam então o João e o Mateus, o joão carregando um monte de carne e bebida, e o mateus com 4 lasanhas ENORMES, mal conseguindo andar. Colocamos tudo no freezer e vamos sentar no sofá. Ficamos la conversando e de repente chega a irmã do Mateus com uma amiga,
parecem bêbadas as duas, ficam rindo de qualquer coisa que a gente fale.
Corta a cena (não sei se eu esqueci um pedaço do sonho ou se acabou por ai essa parte) e estamos andando numa estrada de chão. Passa um carro antigo e eu tiro uma foto dele com a estrada meio deserta. Decido seguir até o final da estrada, na esperança de tirar outras fotos legais, não sei onde foi parar todo mundo.
No final da estrada tem um penhasco que da num vale enorme e muito bonito, cheio de vegetação exótica, plantas coloridas e formações rochosas fisicamente inviáveis.
Começo a tirar várias fotos, todo feliz, e então percebo algo mais impressionante: um canto do vale é coberto, formando uma espécie de gruta gigante (na falta do vocabulário correto referente à forma de relevo em questão). E nessa caverna se estende o castelo que tem do meu lado. Sim,
tinha um castelo do meu lado, e eu nem tinha notado!!
Ele se estende pelas paredes e teto da gruta, muito impressionante, tento tirar uma foto pegando todo o castelo mas não consigo de jeito nenhum!
Quando me dou conta, estou dentro do castelo! Penso "como diabos vim parar aqui?" Não encontro explicação racional e decido dar uma explorada. Escuto um barulho tipo "tec", o chão começa a tremer e as portas começam a se fechar. Eu corro mas não consigo chegar a tempo!
Penso "preciso quebrar essa porta, não deve ser difícil, parece meio frágil"
Então eu puxo minha metralhadora! O.o
É uma daquelas que os alemão usavam na segunda guerra, o talico deve saber o nome.
Miro na parte da fechadura (que não faz sentido ja que a porta não tem fechadura) e puxo o gatilho. Mas, ao invés de sair um tiro, sai um pedaço pontudo de metal tipo uma talhadeira, que fica indo pra dentro e pra fora do cano da arma. Eu fico com uma cara de "WTF?!", então percebo que a parede é mais frágil de um dos lados da sala e vou correndo na direção dela, me jogo e
consigo sair, quebrando a parede.
Me dou conta então que quero entrar de novo pra explorar o resto do castelo, vejo que tem uma fila e um cara coordenando a fila, ele me diz que pra entrar de novo preciso entrar na fila. Eu desisto porque não to afim de ficar numa fila esperando (afinal isso é um sonho, tenho mais coisa pra fazer).
De repente me dou conta que eu não sou eu, mas sim um mago amigo meu (eu já desconfiava disso no castelo, mas ainda estava meio confuso), como se eu estivesse dando um passeio no corpo dele. E o nosso inimigo está atrás de mim (do mago, no caso), não sei exatamente quem é esse nosso inimigo, só que ele é poderoso e tenho medo dele.
Então ele aparece e tenta me matar, eu começo a me teletransportar pra todo lado, mas ele sempre antecipa meu movimento (rola um efeito legal de fumaçinha preta na hora do meu teleporte, tipo do noturno do x-men). Eu assisto toda essa cena em terceira pessoa, sabendo que o mago não vai conseguir fugir por muito tempo.
De repente estou dentro do mago de novo, consigo ver chão distante e sentir o vendo passando. Sinto uma presença atrás de mim e me dou conta que é meu inimigo. Nem tento esboçar uma reação, sei que já é tarde demais, que a batalha foi perdida, mas nem me sinto muito mal por isso, eu sabia que era inevitável. Começo a cair em direção ao chão, minha visão vai escurecendo e eu acordo!
sábado, 12 de setembro de 2009
Se7e Pecados Capitais
Acho que esse é o conceito da tradição cristã que mais me agrada. Talvez em parte por ter dado a luz a um dos meus filmes favoritos (http://www.imdb.com/title/tt0114369/), porque a parte que acho mais legal mesmo é a de personificar os pecados.
Um dia desses, não sei por qual motivo, me peguei pensando qual seria o pecado capital que melhor me descreve. Logo de cara cheguei na possível conclusão, mas não satisfeito resolvi me aprofundar e fazer uma análise mais detalhada.
Pra começar, fiz um teste (quiz) online, o primeiro que achei no google. Eis o resultado:
Minha constatação sobre o resultado: Quase certo, exceto pelo "wrath". Sinceramente, acho que Ira deveria ser a menor barrinha desse gráfico pra mim, e ai de quem não concordar, encho de porrada!
Tentei achar outros testes online, mas eram todos escrotos, esse aí é o melhorzinho, aí vai o link pra quem se interessar (é em inglês)
http://www.4degreez.com/misc/seven_deadly_sins.html
Frustrado com o resultado do teste online, resolvi deixar nas mãos da pessoa que eu mais confio: Eu.
Uma análise mais detalhada, com direito a porcentagem, de cada pecado capital e "quantos %" de cada estão presentes em mim, fazendo somar 100 no final, pra ficar mais bonitinho.
Começando do menor para o maior, pra dar mais emoção:
Wrath (Ira) 3%
Segundo a Wikipedia:
"...also known as anger or "rage", may be described as inordinate and uncontrolled feelings of hatred and anger. These feelings can manifest as vehement denial of the truth, both to others and in the form of self-denial, impatience with the procedure of law, and the desire to seek revenge outside of the workings of the justice system and generally wishing to do evil or harm to others."
Olha, as vezes eu desejo o mal pros outros, mas não passa muito disso. E quem me conhece sabe que eu sou o que há de pacífico, então creio que 3% ta de bom tamanho.
Lust (Luxúria) 10%
Segundo a Wikipedia:
"...is usually thought of as excessive thoughts or desires of a sexual nature. Aristotle's criterion was excessive love of others, which therefore rendered love and devotion to God as secondary."
Esse negócio de pensamentos excessivos e desejos sexuais acho que é uma fase que a maioria das pessoas passa quanto tem lá seus 15 anos. Bom, alguns acabam ficando nessa fase.
Se por um lado essa é a razão para a porcentagem ser baixa, a razão pra ela não ser tão baixa assim é a parte que fala sobre dar mais "devoção" a isso do que a Deus; nesse grupo eu me incluo.
Agora, o que não me agrada sobre a luxúria é que é o mais pop dos sete pecados, ou pelo menos me parece ser. Aposto um coelho que se você sair por ai perguntando pras pessoas qual dos pecados define elas melhor, a grande maioria vai ser luxúria. Não digo que não possa ser verdade, mas acho que a maioria faz por ser de certa forma "poser", o homem pra posar de "comedor", a mulher.. bom, deixa estar, já deu pra pegar a idéia.
Sloth (Preguiça) 12%
Segundo a Wikipedia:
"...spiritual or actual apathy, putting off what God asks you to do, or not doing it or anything at all"
Bom, preguiça todo mundo tem um pouco, mas tem tanta gente que é mais preguiçosa que eu, então eu nem me considero tão preguiçoso assim.
Greed (Ganância ou Avareza) 15%
Segundo a Wikipedia:
"...is an excessive desire to acquire or possess more than what one needs or deserves, especially with respect to material wealth."
Eu já fui mais ganancioso um dia, acho que todo mundo é até se tocar o que realmente importa (Sim, isso soa clichê pra caralho, mas fazer o que...).
Envy (Inveja) 17%
Segundo Dante:
"love of one's own good perverted to a desire to deprive other men of theirs"
Esse aqui nem vou ficar justificando muito, acho que a maioria das pessoas sente muito mais do que demonstra.
Pride (Orgulho) 20%
Segundo a Wikipedia:
"...a desire to be more important or attractive than others, failing to acknowledge the good work of others, and excessive love of self"
Lá no fundo todo tem esse desejo de ser importante ou atrativo com o fim de ser aceito, só que algumas pessoas se passam. De modo semelhante falta amor próprio a algumas pessoas.
Dois dias atrás quando comecei a escrever esse post tinha dado bem menos imprtância pro orgulho, tinha deixado ele com 12%, mas de la pra cá pensei mais sobre o assunto, conversei com algumas pessoas, pensei em certas situações e cheguei a conclusão de que, apesar de repudiar o Orgulho, sou muito mais orgulhoso do que imaginava, ou do que gostaria de ser.
Gluttony (Gula) 23%
"...is the over-indulgence and over-consumption of anything to the point of waste"
No final das contas acho que gula é o pecado capital que melhor me define, não que eu seja um guloso de marca maior, mas por falta de um que me defina melhor, tanto é que as porcentagens ficaram bem próximas.
Me considero guloso porque eu sou do tipo que continua comendo enquanto houver comida e continuo bebendo enquanto houver bebida, não importa se não tiver mais fome ou cede. E, como sempre digo, eu como porque gosto, não porque preciso.
Acho que esse é o conceito da tradição cristã que mais me agrada. Talvez em parte por ter dado a luz a um dos meus filmes favoritos (http://www.imdb.com/title/tt0114369/), porque a parte que acho mais legal mesmo é a de personificar os pecados.
Um dia desses, não sei por qual motivo, me peguei pensando qual seria o pecado capital que melhor me descreve. Logo de cara cheguei na possível conclusão, mas não satisfeito resolvi me aprofundar e fazer uma análise mais detalhada.
Pra começar, fiz um teste (quiz) online, o primeiro que achei no google. Eis o resultado:
Minha constatação sobre o resultado: Quase certo, exceto pelo "wrath". Sinceramente, acho que Ira deveria ser a menor barrinha desse gráfico pra mim, e ai de quem não concordar, encho de porrada!
Tentei achar outros testes online, mas eram todos escrotos, esse aí é o melhorzinho, aí vai o link pra quem se interessar (é em inglês)
http://www.4degreez.com/misc/seven_deadly_sins.html
Frustrado com o resultado do teste online, resolvi deixar nas mãos da pessoa que eu mais confio: Eu.
Uma análise mais detalhada, com direito a porcentagem, de cada pecado capital e "quantos %" de cada estão presentes em mim, fazendo somar 100 no final, pra ficar mais bonitinho.
Começando do menor para o maior, pra dar mais emoção:
Wrath (Ira) 3%
Segundo a Wikipedia:
"...also known as anger or "rage", may be described as inordinate and uncontrolled feelings of hatred and anger. These feelings can manifest as vehement denial of the truth, both to others and in the form of self-denial, impatience with the procedure of law, and the desire to seek revenge outside of the workings of the justice system and generally wishing to do evil or harm to others."
Olha, as vezes eu desejo o mal pros outros, mas não passa muito disso. E quem me conhece sabe que eu sou o que há de pacífico, então creio que 3% ta de bom tamanho.
Lust (Luxúria) 10%
Segundo a Wikipedia:
"...is usually thought of as excessive thoughts or desires of a sexual nature. Aristotle's criterion was excessive love of others, which therefore rendered love and devotion to God as secondary."
Esse negócio de pensamentos excessivos e desejos sexuais acho que é uma fase que a maioria das pessoas passa quanto tem lá seus 15 anos. Bom, alguns acabam ficando nessa fase.
Se por um lado essa é a razão para a porcentagem ser baixa, a razão pra ela não ser tão baixa assim é a parte que fala sobre dar mais "devoção" a isso do que a Deus; nesse grupo eu me incluo.
Agora, o que não me agrada sobre a luxúria é que é o mais pop dos sete pecados, ou pelo menos me parece ser. Aposto um coelho que se você sair por ai perguntando pras pessoas qual dos pecados define elas melhor, a grande maioria vai ser luxúria. Não digo que não possa ser verdade, mas acho que a maioria faz por ser de certa forma "poser", o homem pra posar de "comedor", a mulher.. bom, deixa estar, já deu pra pegar a idéia.
Sloth (Preguiça) 12%
Segundo a Wikipedia:
"...spiritual or actual apathy, putting off what God asks you to do, or not doing it or anything at all"
Bom, preguiça todo mundo tem um pouco, mas tem tanta gente que é mais preguiçosa que eu, então eu nem me considero tão preguiçoso assim.
Greed (Ganância ou Avareza) 15%
Segundo a Wikipedia:
"...is an excessive desire to acquire or possess more than what one needs or deserves, especially with respect to material wealth."
Eu já fui mais ganancioso um dia, acho que todo mundo é até se tocar o que realmente importa (Sim, isso soa clichê pra caralho, mas fazer o que...).
Envy (Inveja) 17%
Segundo Dante:
"love of one's own good perverted to a desire to deprive other men of theirs"
Esse aqui nem vou ficar justificando muito, acho que a maioria das pessoas sente muito mais do que demonstra.
Pride (Orgulho) 20%
Segundo a Wikipedia:
"...a desire to be more important or attractive than others, failing to acknowledge the good work of others, and excessive love of self"
Lá no fundo todo tem esse desejo de ser importante ou atrativo com o fim de ser aceito, só que algumas pessoas se passam. De modo semelhante falta amor próprio a algumas pessoas.
Dois dias atrás quando comecei a escrever esse post tinha dado bem menos imprtância pro orgulho, tinha deixado ele com 12%, mas de la pra cá pensei mais sobre o assunto, conversei com algumas pessoas, pensei em certas situações e cheguei a conclusão de que, apesar de repudiar o Orgulho, sou muito mais orgulhoso do que imaginava, ou do que gostaria de ser.
Gluttony (Gula) 23%
"...is the over-indulgence and over-consumption of anything to the point of waste"
No final das contas acho que gula é o pecado capital que melhor me define, não que eu seja um guloso de marca maior, mas por falta de um que me defina melhor, tanto é que as porcentagens ficaram bem próximas.
Me considero guloso porque eu sou do tipo que continua comendo enquanto houver comida e continuo bebendo enquanto houver bebida, não importa se não tiver mais fome ou cede. E, como sempre digo, eu como porque gosto, não porque preciso.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Personalidade
Certo dia um amigo meu falou que uma forma de você definir a personalidade de uma pessoa é analisando as coisas na escrivaninha dela. Resolvi então fazer uma análise da minha, só pra ver se eu sou quem eu realmente acho que sou ou algo que o valha.
Como minha escrivaninha é a mesa do computador, vou começar pelo próprio computador: A característica mais notável dele é que ele é preto, ou seja, logo se vê que não sou racista. Ok, brincadeiras à parte, acho bem mais bonito computador preto do que beje/branco-amarelado.
No gabinete, no monitor e nas caias de som tem adesivos do Pikachu. Quem é mais chegado sabe que Pikachu é o nome do meu computador, e que ele ganhou esse nome pq costumava dar choque em quem o tocasse. Ultimamente ele anda apitando, talvez eu mude o nome dele...
Significado no final das contas: eu gosto de pokemon.
Agora o resto, ao lado esquerdo do monitor:
- Uma gaita de boca
O que quem vê imagina: O cara toca gaita de boca! Ê trem bão!
A realidade: Até tentei tocar, mas fiquei com preguiça de aprender sozinho.
O que significa no final das contas: Que eu gosto de música
- 2 Bonequinhos do Batman, 1 do Joker e 1 outro que não sei quem é pra ser
O que quem vê imagina: Cara é fã do Batman/Super Heróis
A realidade: Eu até gosto do Batman, mas gostava mais quando era moleque. Não sou la muito chegado em super-heróis. Eles tão ali pq ganhei de aniversário do Tharak no ano passado.
O que significa no final das contas: Que eu tenho amigos!
- 1 Bonequinho do Trunks
O que quem vê imagina: Otaku, fã de Dragon Ball, bixona.
A realidade: Foi um dos meus animes preferidos quando era moleque, e eu realmente gostava do Trunks. Eu comprei la nos EUA, na embalagem vieram junto bonecos do Cell e do Goku. O do cell dei pro Dexter e do Goku pro Mateus.
O que significa no final das contas: Mais um token de amizade.
- Vidrinho de amostra grátis de perfume
O que quem vê imagina: "Vai ver esqueceu ali"
A realidade: Esqueci ali
O que significa no final das contas: Que eu não sou lá muito organizado
- Carta de Elma-chips da Emma Frost
O que quem vê imagina: "É uma x-men? Nunca vi no filme.."
A realidade: Tá aí pra colocar copo em cima.
O que significa no final das contas: Que eu me importo com a minha escrivaninha
- Pedaços de papel com anotações de RPG
O que quem vê imagina: nerd
A realidade: Fico tendo idéias no trabalho e escrevo no bloco de notas
O que significa no final das contas: nerd
Agora, do lado direito:
- Duas palhetas
O que quem vê imagina: O cara toca violão
A realidade: Toco (mal) violão
O que significa no final das contas: Novamente, que eu gosto de música.
- Dois carrinhos do Speed Racer
O que quem vê imagina: Fã! Go speed racer, go!
A realidade: Nem curto na real, odiava o desenho, mas o filme é legalzinho até. Tão aí pq ganhei do Mateus.
O que significa no final das contas: Novamente, amizade.
- Marcador permanente azul
O que quem vê imagina: "Empresta pra eu colocar nome nuns DVDs?"
A realidade: Uso pra escrever em cds/dvds.
O que significa no final das contas: Que eu uso pra escrever em cds/dvs, oras, pra que mais usaria?
- Carta de Magic voltada pra baixo
O que quem vê imagina: nerd
A realidade: ta ali pra colocar copo em cima
O que significa no final das contas: nerd
- Xícara
O que quem vê imagina: "Será q algum dia ele lava essa xícara?"
A realidade: Lavo sim!
O que significa no final das contas: Que eu tomo MUITO café.
- Prendedor de Roupa
O que quem vê imagina: "MacGyver esteve aqui?"
A realidade: Devo ter esquecido ele aí
O que significa no final das contas: Novamente, que não sou muito organizado.
- 2 Post-it's
O que quem vê imagina: Que eu sou esquecido e preciso dessas coisas
A realidade: Eu normalmente lembro de tudo, menos de usar essas coisas..
O que significa no final das contas: Que alguém me deu isso e eu tentei usar, mas acabaram ficando ai
- Dinheiro
O que quem vê imagina: "Ta sobrando!"
A realidade: Dexei ai pra não esquecer de pagar alguém.
O que significa no final das contas: Quem eu deveria usar um post-it pra me lembrar disso ao invez de deixar o dinheiro ali.
Agora em cima do gabinete:
- Livro "O Inimigo de Deus" do Bernard Cornwell
O que quem vê imagina: Ateu!
A realidade: Livro é bom pacas! Bernard Cornwell é altos escritos!
O que significa no final das contas: Que eu gosto de ler!
- Livro "Deutsch: Warum nicht. Buch 2"
O que quem vê imagina: Nazista?
A realidade: Livrinho pra aprender alemão, de vez em quando brinco com ele
O que significa no final das contas: Acho alemão uma língua legal e pretendo aprender (direito) eventualmente
- Fone de Ouvido Skullcandy
O que quem vê imagina: Que bonitinho!
A realidade: É bonitinho mesmo, e bom pacas.
O que significa no final das contas: Esqueci ele ali, só uso mesmo em Capinzal.
- Carta de Magic com ilustração da Rebecca Guay
O que quem vê imagina: Nerd
A realidade: Sempre bom ter um marca página extra
O que significa no final das contas: Cartas de magic são bons marca paginas
- Embalagem de DVD virgem
O que quem vê imagina: "Taí o pq do marcador azul"
A realidade: Tem dentro um dvd q peguei emprestado da nale pra ver um filme que a Lígia me recomendou: "Gerry"
O que significa no final das contas: Que ainda não vi o filme
Embaixo da escrivaninha:
- Amplificador Fender
O que quem vê imagina: Toca guitarra!
A realidade: pff
O que significa no final das contas: Que o Dexter é gente fina e me emprestou o amp dele
- Joystick
O que quem vê imagina: Joguinhos!
A realidade: Joguinhos, mas não muito frequentemente
O que significa no final das contas: Que eu uso o computador como video-game.
É isso, chega.
Final das contas acho que isso funciona mesmo, só faltou uma pista de que eu faço computação.
Ah, tem um post-it no monitor dizendo
"- Estudar Org!
-Exercícios de Cálculo B"
Acho que serve.
That's all folks, ciao!
Certo dia um amigo meu falou que uma forma de você definir a personalidade de uma pessoa é analisando as coisas na escrivaninha dela. Resolvi então fazer uma análise da minha, só pra ver se eu sou quem eu realmente acho que sou ou algo que o valha.
Como minha escrivaninha é a mesa do computador, vou começar pelo próprio computador: A característica mais notável dele é que ele é preto, ou seja, logo se vê que não sou racista. Ok, brincadeiras à parte, acho bem mais bonito computador preto do que beje/branco-amarelado.
No gabinete, no monitor e nas caias de som tem adesivos do Pikachu. Quem é mais chegado sabe que Pikachu é o nome do meu computador, e que ele ganhou esse nome pq costumava dar choque em quem o tocasse. Ultimamente ele anda apitando, talvez eu mude o nome dele...
Significado no final das contas: eu gosto de pokemon.
Agora o resto, ao lado esquerdo do monitor:
- Uma gaita de boca
O que quem vê imagina: O cara toca gaita de boca! Ê trem bão!
A realidade: Até tentei tocar, mas fiquei com preguiça de aprender sozinho.
O que significa no final das contas: Que eu gosto de música
- 2 Bonequinhos do Batman, 1 do Joker e 1 outro que não sei quem é pra ser
O que quem vê imagina: Cara é fã do Batman/Super Heróis
A realidade: Eu até gosto do Batman, mas gostava mais quando era moleque. Não sou la muito chegado em super-heróis. Eles tão ali pq ganhei de aniversário do Tharak no ano passado.
O que significa no final das contas: Que eu tenho amigos!
- 1 Bonequinho do Trunks
O que quem vê imagina: Otaku, fã de Dragon Ball, bixona.
A realidade: Foi um dos meus animes preferidos quando era moleque, e eu realmente gostava do Trunks. Eu comprei la nos EUA, na embalagem vieram junto bonecos do Cell e do Goku. O do cell dei pro Dexter e do Goku pro Mateus.
O que significa no final das contas: Mais um token de amizade.
- Vidrinho de amostra grátis de perfume
O que quem vê imagina: "Vai ver esqueceu ali"
A realidade: Esqueci ali
O que significa no final das contas: Que eu não sou lá muito organizado
- Carta de Elma-chips da Emma Frost
O que quem vê imagina: "É uma x-men? Nunca vi no filme.."
A realidade: Tá aí pra colocar copo em cima.
O que significa no final das contas: Que eu me importo com a minha escrivaninha
- Pedaços de papel com anotações de RPG
O que quem vê imagina: nerd
A realidade: Fico tendo idéias no trabalho e escrevo no bloco de notas
O que significa no final das contas: nerd
Agora, do lado direito:
- Duas palhetas
O que quem vê imagina: O cara toca violão
A realidade: Toco (mal) violão
O que significa no final das contas: Novamente, que eu gosto de música.
- Dois carrinhos do Speed Racer
O que quem vê imagina: Fã! Go speed racer, go!
A realidade: Nem curto na real, odiava o desenho, mas o filme é legalzinho até. Tão aí pq ganhei do Mateus.
O que significa no final das contas: Novamente, amizade.
- Marcador permanente azul
O que quem vê imagina: "Empresta pra eu colocar nome nuns DVDs?"
A realidade: Uso pra escrever em cds/dvds.
O que significa no final das contas: Que eu uso pra escrever em cds/dvs, oras, pra que mais usaria?
- Carta de Magic voltada pra baixo
O que quem vê imagina: nerd
A realidade: ta ali pra colocar copo em cima
O que significa no final das contas: nerd
- Xícara
O que quem vê imagina: "Será q algum dia ele lava essa xícara?"
A realidade: Lavo sim!
O que significa no final das contas: Que eu tomo MUITO café.
- Prendedor de Roupa
O que quem vê imagina: "MacGyver esteve aqui?"
A realidade: Devo ter esquecido ele aí
O que significa no final das contas: Novamente, que não sou muito organizado.
- 2 Post-it's
O que quem vê imagina: Que eu sou esquecido e preciso dessas coisas
A realidade: Eu normalmente lembro de tudo, menos de usar essas coisas..
O que significa no final das contas: Que alguém me deu isso e eu tentei usar, mas acabaram ficando ai
- Dinheiro
O que quem vê imagina: "Ta sobrando!"
A realidade: Dexei ai pra não esquecer de pagar alguém.
O que significa no final das contas: Quem eu deveria usar um post-it pra me lembrar disso ao invez de deixar o dinheiro ali.
Agora em cima do gabinete:
- Livro "O Inimigo de Deus" do Bernard Cornwell
O que quem vê imagina: Ateu!
A realidade: Livro é bom pacas! Bernard Cornwell é altos escritos!
O que significa no final das contas: Que eu gosto de ler!
- Livro "Deutsch: Warum nicht. Buch 2"
O que quem vê imagina: Nazista?
A realidade: Livrinho pra aprender alemão, de vez em quando brinco com ele
O que significa no final das contas: Acho alemão uma língua legal e pretendo aprender (direito) eventualmente
- Fone de Ouvido Skullcandy
O que quem vê imagina: Que bonitinho!
A realidade: É bonitinho mesmo, e bom pacas.
O que significa no final das contas: Esqueci ele ali, só uso mesmo em Capinzal.
- Carta de Magic com ilustração da Rebecca Guay
O que quem vê imagina: Nerd
A realidade: Sempre bom ter um marca página extra
O que significa no final das contas: Cartas de magic são bons marca paginas
- Embalagem de DVD virgem
O que quem vê imagina: "Taí o pq do marcador azul"
A realidade: Tem dentro um dvd q peguei emprestado da nale pra ver um filme que a Lígia me recomendou: "Gerry"
O que significa no final das contas: Que ainda não vi o filme
Embaixo da escrivaninha:
- Amplificador Fender
O que quem vê imagina: Toca guitarra!
A realidade: pff
O que significa no final das contas: Que o Dexter é gente fina e me emprestou o amp dele
- Joystick
O que quem vê imagina: Joguinhos!
A realidade: Joguinhos, mas não muito frequentemente
O que significa no final das contas: Que eu uso o computador como video-game.
É isso, chega.
Final das contas acho que isso funciona mesmo, só faltou uma pista de que eu faço computação.
Ah, tem um post-it no monitor dizendo
"- Estudar Org!
-Exercícios de Cálculo B"
Acho que serve.
That's all folks, ciao!
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Questions Only
- Você ouviu?
- O quê?
- Será que tem alguma coisa do outro lado da porta?
- Que tipo de coisa?
- Uma pessoa?
- E por que diabos alguém estaria ali numa hora dessas?
- Não faz muito sentido, né?
- Não. Mas e se... não for uma pessoa?
- Co-como assim? O que você ta querendo dizer com isso?
- Você acredita em fantasmas?
- Fa-fantasmas?
- Acredita ou não?
- E eu la tenho cara de quem acredita nessas... ahm... coisas?
- Isso é um "não"?
- Preciso desenhar?
- Quer dizer então que se eu afirmar que o barulho é de um fantasma você não acredita?
- VOCÊ acredita?
- Você também não acreditaria se visse um com os seus próprios olhos?
- Quando é que você viu?
- No velório do nosso conhecido que trabalhava com seguros, lembra?
- O Mario?
- Não era Marcos?
- Ah, pouco importa, foi ele que você viu?
- Não, antes fosse, vi minha ex-mulher, acredita?
- Qual delas?
- A Kelly, lembra dela?
- Aquela que tinha um olhar de peixe morto?
- Nunca reparei, era tão evidente assim?
- Quando ela usava óculos mais parecia que estava dentro de um aquário. Mas enfim, você viu o fantasma dela então?
- Sim. Estranho, né?
- E o que ela queria?
- Você acha que eu fiquei la pra descobrir?
- Fugiu dela, é?
- Eu já não aguentava ela viva, você acha que eu ia aguentar o fantasma dela?
- Mas será que era mesmo o fantasma dela?
- Você não acredita em mim?
- Por acaso você tinha bebido nesse dia?
- Claro, faz parte do nosso pacto, esqueceu?
- Aquele que fizemos no segundo grau?
- E tem outro?
- "Juro encher a cara sempre que algum dos colegas aqui presente falecer, em memória solene de sua alma que permanecerá eternamente sóbria" Isso?
- Exato. A gente não prestava, né?
- E isso mudou?
- Nem um pouco! A propósito, o que acha de abrirmos essa porta de uma vez?
- Acho uma ótima idéia, não ouvi nenhuma movimentação, você ouviu?
- Nada. Pronto pra encher os bolsos?
- E precisa perguntar?
- Você ouviu?
- O quê?
- Será que tem alguma coisa do outro lado da porta?
- Que tipo de coisa?
- Uma pessoa?
- E por que diabos alguém estaria ali numa hora dessas?
- Não faz muito sentido, né?
- Não. Mas e se... não for uma pessoa?
- Co-como assim? O que você ta querendo dizer com isso?
- Você acredita em fantasmas?
- Fa-fantasmas?
- Acredita ou não?
- E eu la tenho cara de quem acredita nessas... ahm... coisas?
- Isso é um "não"?
- Preciso desenhar?
- Quer dizer então que se eu afirmar que o barulho é de um fantasma você não acredita?
- VOCÊ acredita?
- Você também não acreditaria se visse um com os seus próprios olhos?
- Quando é que você viu?
- No velório do nosso conhecido que trabalhava com seguros, lembra?
- O Mario?
- Não era Marcos?
- Ah, pouco importa, foi ele que você viu?
- Não, antes fosse, vi minha ex-mulher, acredita?
- Qual delas?
- A Kelly, lembra dela?
- Aquela que tinha um olhar de peixe morto?
- Nunca reparei, era tão evidente assim?
- Quando ela usava óculos mais parecia que estava dentro de um aquário. Mas enfim, você viu o fantasma dela então?
- Sim. Estranho, né?
- E o que ela queria?
- Você acha que eu fiquei la pra descobrir?
- Fugiu dela, é?
- Eu já não aguentava ela viva, você acha que eu ia aguentar o fantasma dela?
- Mas será que era mesmo o fantasma dela?
- Você não acredita em mim?
- Por acaso você tinha bebido nesse dia?
- Claro, faz parte do nosso pacto, esqueceu?
- Aquele que fizemos no segundo grau?
- E tem outro?
- "Juro encher a cara sempre que algum dos colegas aqui presente falecer, em memória solene de sua alma que permanecerá eternamente sóbria" Isso?
- Exato. A gente não prestava, né?
- E isso mudou?
- Nem um pouco! A propósito, o que acha de abrirmos essa porta de uma vez?
- Acho uma ótima idéia, não ouvi nenhuma movimentação, você ouviu?
- Nada. Pronto pra encher os bolsos?
- E precisa perguntar?
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Decepção
Como diria o narrador do pateta: "Ah, a decepção..."
Quem é que nunca experimentou o seu gostinho amargo? Uns mais do que os outros, certamente; Outros MUITO mais do que uns, ou assim alegam.
O meu problema com esse negócio de decepção não é a decepção em si, mas a reação que as pessoas esboçam quando se deparam com ela.
É comum quando somos jovens "esperar demais" dos outros, esperar que eles não tenham defeitos ou que, pelo menos, não cometam erros quando se trata de algo que nos concerne. Daí um dos motivos porque os adolescentes vivem revoltados com Deus e o mundo. Principalmente com Deus, ou quer sinal de rebeldia maior do que se dizer ateu?
Eu arrisco a dizer que, não todo mundo que eu conheço, mas todas as pessoas que realmente importam pra mim já me decepcionaram de alguma maneira, desde algo ínfimo e quase imperceptível que vai embora tão rápido quanto veio até algo que vai durar a vida toda - ou até a memória começar a falhar. E imagino que seja mais ou menos assim com todo mundo, já que ninguém é perfeito, e quem não é perfeito tende a decepcionar os outros (modus ponens).
Bom, a maioria das pessoas não tem muitos problemas com isso depois que saem da adolescência, seja por se acostumar com as decepções ou simplesmente por não se importar. O problema está nas pessoas que fazem de cada decepção o fim do mundo; que, apesar de saberem que ninguém é perfeito, não aceitam ser vítimas de tal imperfeição alheia.
Só pra dar um exemplo, quantas vezes alguém já te falou que "só se fode" em relacionamentos? Eu canso de ouvir coisa desse tipo, e na maioria - veja bem, maioria - dos casos é a típica tempestade no copo d'água.
Poxa, se um relacionamento acabou, normalmente é porque deu merda, seja de um dos lados ou de ambos. Eu mesmo não consigo pensar em algum caso que eu conheça de relacionamento que terminou 100% "de boa". E daí isso acontece duas vezes com a pessoa (e na minha idade é difícil achar alguém que tenha tido mais do que dois relacionamentos sérios e relativamente duradouros) e ela coloca na cabeça que "só se fode".
Já sobre as pessoas que fazem tais dramas sobre pseudo-relacionamentos ou amores-de-carnaval nem vou entrar em detalhes, pois o despautério de tal atitude é demasiado exagerado.
O ponto que eu quero chegar é que tem gente que leva essas decepções tão a sério que passa a não confiar mais nas pessoas porque cansa de ser decepcionada; porque ninguém "presta". E me irrita o fato d'essas pessoas nunca se darem conta do problema, de que se TODO MUNDO decepciona elas então talvez, mas só talvez, o problema não esteja no resto do mundo, mas nelas mesmas.
Como diria o narrador do pateta: "Ah, a decepção..."
Quem é que nunca experimentou o seu gostinho amargo? Uns mais do que os outros, certamente; Outros MUITO mais do que uns, ou assim alegam.
O meu problema com esse negócio de decepção não é a decepção em si, mas a reação que as pessoas esboçam quando se deparam com ela.
É comum quando somos jovens "esperar demais" dos outros, esperar que eles não tenham defeitos ou que, pelo menos, não cometam erros quando se trata de algo que nos concerne. Daí um dos motivos porque os adolescentes vivem revoltados com Deus e o mundo. Principalmente com Deus, ou quer sinal de rebeldia maior do que se dizer ateu?
Eu arrisco a dizer que, não todo mundo que eu conheço, mas todas as pessoas que realmente importam pra mim já me decepcionaram de alguma maneira, desde algo ínfimo e quase imperceptível que vai embora tão rápido quanto veio até algo que vai durar a vida toda - ou até a memória começar a falhar. E imagino que seja mais ou menos assim com todo mundo, já que ninguém é perfeito, e quem não é perfeito tende a decepcionar os outros (modus ponens).
Bom, a maioria das pessoas não tem muitos problemas com isso depois que saem da adolescência, seja por se acostumar com as decepções ou simplesmente por não se importar. O problema está nas pessoas que fazem de cada decepção o fim do mundo; que, apesar de saberem que ninguém é perfeito, não aceitam ser vítimas de tal imperfeição alheia.
Só pra dar um exemplo, quantas vezes alguém já te falou que "só se fode" em relacionamentos? Eu canso de ouvir coisa desse tipo, e na maioria - veja bem, maioria - dos casos é a típica tempestade no copo d'água.
Poxa, se um relacionamento acabou, normalmente é porque deu merda, seja de um dos lados ou de ambos. Eu mesmo não consigo pensar em algum caso que eu conheça de relacionamento que terminou 100% "de boa". E daí isso acontece duas vezes com a pessoa (e na minha idade é difícil achar alguém que tenha tido mais do que dois relacionamentos sérios e relativamente duradouros) e ela coloca na cabeça que "só se fode".
Já sobre as pessoas que fazem tais dramas sobre pseudo-relacionamentos ou amores-de-carnaval nem vou entrar em detalhes, pois o despautério de tal atitude é demasiado exagerado.
O ponto que eu quero chegar é que tem gente que leva essas decepções tão a sério que passa a não confiar mais nas pessoas porque cansa de ser decepcionada; porque ninguém "presta". E me irrita o fato d'essas pessoas nunca se darem conta do problema, de que se TODO MUNDO decepciona elas então talvez, mas só talvez, o problema não esteja no resto do mundo, mas nelas mesmas.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Chuvas de Setembro
Eu sei que a gente ainda não ta em setembro, mas chove como se fosse, e esses dias achei esse texto, que escrevi em meados de 2007 (ta, foi em setembro de 2007, mas eu queria usar a palavra meados). E como hoje ta nesse vento com chuva e algumas histórias dessa época foram desenterradas, achei que seria perfeito pra postar ele, até porque gosto dele, apesar do final dele me parecer meloso demais agora.
Aqui vai.
"Malditas chuvas de setembro.
Não tenho nada contra chuva, não me entenda mal.
Mas, em Setembro, e eventualmente em outubro também, elas tem o costume de vir acompanhadas de um vento gélido e imprevisível, fazendo com que a chuva venha, efetivamente, de baixo.
E, quando digo "de baixo", quero dizer que ela vem de todos os lados, e não importa mais para onde eu aponte o velho guarda-chuva, molhar-se é uma certeza.
O guarda chuva acaba virando um brinquedo, quase uma pipa ou um aviãozinho, que exige muita destreza do usuário se este não quiser ver o seu fiel companheiro de pano e metal ser violentado pelo vento. O melhor mesmo seria guardá-lo, mas perder-se-ia então o melhor dos escudos contra os motoristas imprudentes, inconscientes ou de má índole, que passam velozmente pelas poças d'água, literalmente lavando calçadas, muros e tudo o mais que estiver em cima destes, o que normalmente inclui pessoas. No caso, hoje, incluiu a mim.
As pessoas tendem a ficar iradas, estressadas, revoltadas ou até mesmo chateadas com esse tipo de coisa. Não as culpo. Ninguém realmente gosta de ser molhado numa situação dessas.
Nem eu.
Na verdade, eu costumo ficar revoltado com esse tamanho desrespeito, responsável por eu chegar em casa com as calças e a jaqueta molhados. Em qualquer outro dia, eu teria me revoltado, mas não hoje.
Os carros passavam, eu sentia a água gelada respingar na minha roupa e atravessá-la lentamente, e não me importava. Até mesmo ria.
Porque quando se está feliz, nada mais importa.
Quando se ama, o mundo pode desabar, não importa.
Mas às vezes, quando você menos espera, a felicidade é arrancada de você. Quando tudo parece estar perfeito, os sonhos viram pesadelos, o paraíso se transforma no inferno, e você passa a sentir aquele frio da chuva, antes mascarado pela felicidade.
Então, foi tudo mentira? Aquela felicidade foi vã?
Acho que não.
Ou melhor, tenho certeza que não.
Se ela me manteve quente enquanto a água fria castigava o meu corpo;
Se ela me manteve sorrindo enquanto meus pés estavam molhados;
Se ela me levou, por algumas horas, a estar mais próximo do meu amor;
Então ela foi real.
Ser feliz não implica no motivo da felicidade ser concreto.
Enquanto houver amor para alimentar a esperança;
Enquanto houver esperança para alimentar a felicidade;
Nada poderá separar duas almas apaixonadas.
Elas ficarão juntas, para sempre, como o Vento e a Chuva de setembro."
Eu sei que a gente ainda não ta em setembro, mas chove como se fosse, e esses dias achei esse texto, que escrevi em meados de 2007 (ta, foi em setembro de 2007, mas eu queria usar a palavra meados). E como hoje ta nesse vento com chuva e algumas histórias dessa época foram desenterradas, achei que seria perfeito pra postar ele, até porque gosto dele, apesar do final dele me parecer meloso demais agora.
Aqui vai.
"Malditas chuvas de setembro.
Não tenho nada contra chuva, não me entenda mal.
Mas, em Setembro, e eventualmente em outubro também, elas tem o costume de vir acompanhadas de um vento gélido e imprevisível, fazendo com que a chuva venha, efetivamente, de baixo.
E, quando digo "de baixo", quero dizer que ela vem de todos os lados, e não importa mais para onde eu aponte o velho guarda-chuva, molhar-se é uma certeza.
O guarda chuva acaba virando um brinquedo, quase uma pipa ou um aviãozinho, que exige muita destreza do usuário se este não quiser ver o seu fiel companheiro de pano e metal ser violentado pelo vento. O melhor mesmo seria guardá-lo, mas perder-se-ia então o melhor dos escudos contra os motoristas imprudentes, inconscientes ou de má índole, que passam velozmente pelas poças d'água, literalmente lavando calçadas, muros e tudo o mais que estiver em cima destes, o que normalmente inclui pessoas. No caso, hoje, incluiu a mim.
As pessoas tendem a ficar iradas, estressadas, revoltadas ou até mesmo chateadas com esse tipo de coisa. Não as culpo. Ninguém realmente gosta de ser molhado numa situação dessas.
Nem eu.
Na verdade, eu costumo ficar revoltado com esse tamanho desrespeito, responsável por eu chegar em casa com as calças e a jaqueta molhados. Em qualquer outro dia, eu teria me revoltado, mas não hoje.
Os carros passavam, eu sentia a água gelada respingar na minha roupa e atravessá-la lentamente, e não me importava. Até mesmo ria.
Porque quando se está feliz, nada mais importa.
Quando se ama, o mundo pode desabar, não importa.
Mas às vezes, quando você menos espera, a felicidade é arrancada de você. Quando tudo parece estar perfeito, os sonhos viram pesadelos, o paraíso se transforma no inferno, e você passa a sentir aquele frio da chuva, antes mascarado pela felicidade.
Então, foi tudo mentira? Aquela felicidade foi vã?
Acho que não.
Ou melhor, tenho certeza que não.
Se ela me manteve quente enquanto a água fria castigava o meu corpo;
Se ela me manteve sorrindo enquanto meus pés estavam molhados;
Se ela me levou, por algumas horas, a estar mais próximo do meu amor;
Então ela foi real.
Ser feliz não implica no motivo da felicidade ser concreto.
Enquanto houver amor para alimentar a esperança;
Enquanto houver esperança para alimentar a felicidade;
Nada poderá separar duas almas apaixonadas.
Elas ficarão juntas, para sempre, como o Vento e a Chuva de setembro."
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